Por Wagner Albuquerque
Desde os tempos antigos, o Sol tem sido objeto de fascínio. Imagens que capturam seu brilho constante e sua energia transbordante, semelhante a uma bola de fogo, levaram muitos, desde astrônomos antigos até curiosos da era digital, a se perguntar: como o Sol pode “queimar” se não há oxigênio no espaço?
Ao contrário do que muitos pensam, o Sol não arde como uma fogueira na Terra. Para que haja fogo, é necessário oxigênio atmosférico livre, um elemento abundante em nosso planeta. No entanto, o espaço é um vácuo quase absoluto, com quantidades ínfimas de oxigênio, insuficientes para qualquer tipo de combustão. Portanto, o Sol opera com um processo diferente, chamado fusão nuclear, que não precisa de oxigênio.
No núcleo solar, onde a temperatura chega a 15 milhões de graus Celsius e a pressão é extraordinariamente alta, átomos de hidrogênio se fundem para criar hélio. Nesse processo, o Sol transforma 700 milhões de toneladas de hidrogênio em 695 milhões de toneladas de hélio a cada segundo, liberando energia na forma de raios gama. Essa energia é, eventualmente, convertida na luz e no calor que recebemos na Terra.
O calor que sentimos não é uma transferência direta de calor térmico solar, mas sim uma transferência de radiação solar. Essa radiação, incluindo a luz visível, atravessa o vácuo do espaço e, ao interagir com partículas na nossa atmosfera, é convertida no calor que sentimos. Assim, da próxima vez que observar o brilho do Sol, lembre-se de que está testemunhando uma incrível reação nuclear em andamento, sustentando a vida em nosso planeta.