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Publicado em: 29 março 2024 às 09:36 | Atualizado em: 29 março 2024 às 10:45

Cuba impede realização de procissões durante a Semana Santa

Por Wagner Albuquerque

A ditadura cubana proibiu várias igrejas de realizar procissões na Sexta-Feira Santa. Em Bayamo, Vila Clara e Havana, diversos padres não obtiveram autorização do Partido Comunista de Cuba para realizar eventos públicos.

Esta proibição surge após protestos da população cubana contra o regime comunista na noite de domingo, 17 de março. Manifestações ocorreram em pelo menos seis cidades: Santiago de Cuba, Bayamo, Ciego de Ávila, Santa Marta, Cárdenas e Marianao.

A ditadura comunista tem medo que, ao permitir que o povo cubano saia às ruas, ocorram novas manifestações contra o regime comunista, que controla a ilha há 65 anos.

O padre Lester Zayas (foto), padre da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, no bairro doe El Vedado, na capital Havana, divulgou uma nota no Facebook na segunda, 25, reclamando da proibição.

Eis a mensagem do padre:

Aos meus queridos paroquianos e a todas as pessoas do território paroquial:
Ontem fui informado através dos canais competentes que não seria aprovada a procissão do Santo Sepultamento que havia sido oportunamente solicitada, pelas ruas do Vedado como vem fazendo há mais de onze anos com exceção do tempo de pandemia e último ano o que também foi negado, no caso do ano passado por falta de pessoal para garantir a segurança. Nesta ocasião, a recusa se deu por minha causa. Aparentemente, minhas homilias deixam algumas pessoas desconfortáveis ​​ou nervosas.

Em relação a isso é bom fazer alguns esclarecimentos:

O pedido da procissão não é uma iniciativa do pároco, é fruto da vontade do paroquiano e portanto das pessoas que querem manifestar publicamente a sua fé, querem levar a religião que professam aos seus bairros, aos seus ruas, às suas casas, à sua vida quotidiana, é portanto um direito soberano do Santo Povo Fiel de Deus. Negá-lo como punição a um pároco é, além de absurdo, uma violação da liberdade religiosa. O pároco é apenas o porta-voz do desejo do povo, é quem o solicita à autoridade competente mas não é o seu desejo pessoal.”