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Publicado em: 7 maio 2024 às 11:11 | Atualizado em: 7 maio 2024 às 11:11

Crotalária pode ser aliada no combate à dengue; Brasil já tem mais de 1.600 mortes em 2024

Por Douglas Ferreira

A planta cresce rápidamente e se adapta fácil ao clima – Foto: Reprodução

O uso da crotalária no combate à dengue não é uma novidade em muitos municípios brasileiros. Desde 2017, diversas prefeituras têm investido no plantio dessa planta como uma ferramenta adicional no combate à proliferação do Aedes aegypti. No município de Córrego Fundo, no Estado de Minas Gerais, essa estratégia vem ganhando destaque como um novo mecanismo de defesa contra a dengue.

O plantio da crotalária é uma iniciativa conjunta entre a Secretaria de Saúde, o Departamento de Controle de Endemias, a Secretaria de Obras, o Departamento de Agricultura e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural – Emater, do município. O técnico da Emater, Marcos Roberto de Souza, destaca que “essa ação é fruto de uma colaboração entre diversos órgãos municipais, visando fortalecer as medidas de combate ao mosquito transmissor da dengue”.

A proliferação da crotalária é rápida – Foto: Reprodução

Marcos explica que após a aquisição das sementes de crotalária, foi estabelecido um banco de sementes, com o objetivo de multiplicá-las e disponibilizá-las para a população. Além disso, o plantio está sendo realizado em terrenos baldios pela cidade, com a meta de alcançar uma cobertura de pelo menos 80% do município. “Essa estratégia visa atrair um maior número de libélulas, importantes predadoras das larvas do Aedes aegypti”, destaca.

A crotalária juncea, utilizada nesse programa, atua no controle natural das larvas e dos mosquitos adultos. Segundo Marcos, essa planta possui um ciclo de vida de 210 a 240 dias e, após aproximadamente 90 dias do plantio, floresce, tornando-se um atrativo para a Sympetrum fonscolombii, uma espécie de libélula presente na região.

A crotalária é eficiente também no combate a chikungunya e zika – Foto: Reprodução

As larvas dessa libélula, conhecidas como ninfas, são predadoras das larvas do mosquito da dengue, contribuindo para o controle populacional. Além disso, os adultos da libélula também se alimentam dos mosquitos adultos.

A Secretaria Municipal de Saúde destaca a importância dessa iniciativa como um complemento às medidas tradicionais de combate à dengue, febre chikungunya e zika vírus. E ainda que é fundamental que a população continue adotando práticas preventivas, como a eliminação de criadouros do mosquito e a manutenção da limpeza dos quintais.

Em suma, o uso da crotalária representa uma abordagem inovadora e sustentável no controle da dengue. Sobretudo por se tratar de um método natural de combate a uma das doenças mais preocupantes do país.

Vale ressaltar que o Brasil já atingiu mais de 4 milhões de casos da doença e esse número continua crescendo. O Brasil alcançou a marca dos 1.601 óbitos por dengue confirmados em 2024. Além disso, outras duas mil mortes seguem em investigação e podem ter sido causadas pela doença, totalizando 3,6 mil mortes confirmadas ou suspeitas até o momento.