Por Douglas Ferreira
A negligência da administração municipal de Teresina em relação à saúde da população atinge proporções alarmantes. Além da escassez de médicos, medicamentos e insumos básicos, como luvas, a situação agravou-se com o atraso no pagamento de fornecedores, resultando na retirada de máquinas e equipamentos cruciais para o tratamento de pacientes do maior hospital municipal da cidade, o Hospital de Urgência de Teresina – HUT.
Este não é um atraso de curto prazo, de um, dois ou mesmo três meses; alguns fornecedores estão sem receber há um ano e meio. A gravidade da situação exige a atenção imediata do presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS) e do próprio prefeito municipal, Dr. José Pessoa, que, vale ressaltar, é um profissional da medicina.
A crise veio à tona quando uma empresa terceirizada responsável pelo aluguel de máquinas de radiografia e ultrassom retirou, na tarde desta terça-feira, 27, os equipamentos do HUT devido à falta de pagamento. A empresa informou que não recebe da Fundação Municipal de Saúde há mais de 18 meses, destacando a dimensão crítica da situação. Por outro lado, a FMS, até o momento não veio a público esclarecer o que está acontecendo. Esquece que a sociedade merece todo esclarecimento sobre este fato lamentável.
No episódio desta quarta-feira, duas máquinas de radiografia e uma de ultrassom foram removidas do hospital. No total, a empresa possui 38 equipamentos locados pela Fundação. Um funcionário da empresa, que pediu anonimato, revelou que há previsão de retirada de mais equipamentos nos próximos dias caso o pagamento não seja regularizado.
E tem mais
Entre os equipamentos em risco estão uma máquina de tomografia computadorizada e um arco cirúrgico, essenciais para permitir que os cirurgiões visualizem todas as estruturas internas do paciente durante procedimentos cirúrgicos. A situação ilustra uma crise profunda na gestão da saúde municipal, comprometendo a qualidade e a continuidade dos cuidados médicos oferecidos à população de Teresina.
Em outros momentos a crise na saúde municipal levou ao fechamento da Maternidade do Hospital do Buenos Aires, na zona Norte da capital.