Por Douglas Ferreira
A crescente onda de violência que assola Parnaíba e os municípios da planície litorânea do Piauí revela falhas graves na política de segurança pública do Estado, que parece incapaz de conter o avanço do crime organizado. Depois de Teresina, a capital, Parnaíba é a cidade mais afetada pela criminalidade, com uma escalada alarmante de violência que se espalha por toda a região costeira.
O litoral do Piauí, antes conhecido por suas belezas naturais, agora se vê dominado pelo narcotráfico. Além de sofrer com a ação desenfreada de assaltantes e arrombadores, que já alcançam até condomínios de luxo na chamada “princesinha do mar”.
O caso mais recente que expõe essa realidade triste e revoltante, aconteceu na madrugada desta quinta-feira, 1º de agosto, quando o juiz Caio Emanuel Severiano, da 3ª Vara Cível da Comarca de Parnaíba, e sua esposa foram feitos reféns durante um assalto à sua residência, localizada em um condomínio de alto padrão. Dois homens armados invadiram a casa e renderam o casal, enquanto os filhos do juiz, que dormiam em outro quarto, foram poupados de presenciar a ação criminosa.
Os assaltantes fugiram com celulares, joias, videogame e outros bens. Mas, a resposta da Polícia Militar foi rápida e recuperou dois celulares. Os bandidos ainda não foram capturados.
Esse episódio não é um caso isolado, mas parte de uma tendência preocupante que expõe as fragilidades da segurança pública na região. O litoral do Piauí, outrora um refúgio tranquilo, tornou-se um território cada vez mais vulnerável à ação criminosa. A população local se pergunta: o que está faltando para enfrentar essa crescente ameaça? Por que as autoridades estaduais parecem incapazes de deter a bandidagem que se espalha como uma praga?
A resposta parece estar na falta de uma estratégia de segurança eficaz, capaz de combater não apenas o narcotráfico, mas também a crescente ousadia de assaltantes que já não se intimidam diante de condomínios fechados ou mesmo da presença de autoridades entre suas vítimas. O caso do juiz Caio Emanuel Severiano é um sintoma de uma doença mais ampla, que ameaça transformar a região litorânea do Piauí em um novo foco de insegurança no Brasil.
A Polícia Militar, embora tenha agido rapidamente para recuperar parte dos bens roubados, enfrenta desafios enormes para conter essa maré de violência. Diligências foram realizadas dentro e ao redor do condomínio, mas os criminosos continuam foragidos, e a população segue insegura. A Polícia Civil agora assume a responsabilidade pela investigação, mas o episódio deixa claro que é preciso mais do que respostas reativas para combater o crime na região.
Se o governo estadual não tomar medidas decisivas e urgentes para reforçar a segurança na região, o litoral do Piauí pode se tornar sinônimo de violência desenfreada, comprometendo não apenas a qualidade de vida dos moradores, mas também a reputação do Estado como destino turístico. A escalada da criminalidade exige uma resposta à altura, e o tempo para agir está se esgotando.