A Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI, do Movimento dos Trabalhadores sem Terra – MST aprovou, nesta terça-feira, 1º, por 14 votos a 10, a convocação do ministro da Casa Civil, Rui Costa, que integra o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A convocação é impositiva, o que significa que o ministro é obrigado a comparecer ao colegiado, sob pena de crime de responsabilidade.

O requerimento foi apresentado pelo relator Ricardo Salles (PL/SP) e já havia sido pautado em julho, mas foi adiado após um acordo entre os parlamentares. Salles justificou a convocação, mencionando que, assim como o ex-ministro Gonçalves Dias, que era chefe imediato da Agência Brasileira de Inteligência – Abin, de janeiro a março, Rui Costa, a partir dessa data, passou a ser o chefe da Abin. A ideia é garantir uma postura de equidade nas investigações, considerando ambos os períodos de chefia.

Um dos membros da Comissão, o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil/SP), ressaltou a importância da convocação, argumentando que o MST teria utilizado chantagem para nomear indicados no governo. Ele afirmou que todas as nomeações políticas passam pela Casa Civil, e há indícios de que invasores de terra teriam ocupado a Embrapa com o objetivo de negociar cargos no governo, enquanto o governo teria cedido a essas chantagens.

A base governista tentou impedir a convocação, e a presidente do PT e deputada federal Gleisi Hoffmann (PT/PR) classificou o requerimento como um absurdo. Segundo ela, não faz sentido o ministro da Casa Civil participar da CPI, que nem tem objeto definido, para falar sobre nomeações do governo.