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Publicado em: 13 maio 2024 às 18:26 | Atualizado em: 13 maio 2024 às 19:26

Contradições religiosas: Entre a fé cristã e a diversidade espiritual; Anitta perde 100 mil seguidores ao se declarar candomblecista

Por Douglas Ferreira

Anitta vai lançar o clipe da música “Aceita”, em que se assume como candomblecista – Foto: Reprodução

O Brasil, país de rica diversidade cultural, abraça uma tradição cristã robusta que se entrelaça com suas origens multiculturais, incluindo as crenças dos povos indígenas, dos colonizadores e das religiões de matriz africana. Ao longo dos séculos, a hegemonia religiosa muitas vezes limitou e, em alguns casos, discriminou outras manifestações espirituais, sobretudo a “santeria”.

Hoje, o Brasil se destaca como uma das maiores nações cristãs do ocidente, com uma forte presença do catolicismo e de diversas denominações cristãs. No entanto, o desconhecimento aliada à ignorância, muitas vezes leva à desconfiança ou ao questionamento de práticas religiosas como a umbanda e o candomblé. Coisas do povo brasileiro que ainda encontra dificuldade em conviver com o ‘povo de santo’.

Recentemente, a cantora Anitta provocou controvérsias ao revelar sua ligação com o candomblé. Sua declaração pública gerou críticas e a perda de seguidores nas redes sociais, cerca de 100 mil, num único dia, evidenciando os desafios que artistas e celebridades enfrentam ao expressar suas convicções religiosas.

A pop star, por sua vez, não se intimidou com a reação adversa e afirmou que valoriza mais a autenticidade do que a quantidade de seguidores. Sua postura destaca a complexidade da sociedade brasileira, que, apesar de sua forte inclinação cristã, ainda enfrenta desafios na aceitação e no respeito às diversas manifestações de fé.

“Laroyê Exu tirando dos meus caminhos tudo que já não me serve mais. Nessa minha nova fase, escolhi qualidade e não quantidade. Axé”, escreveu Anitta.

Entretanto a cantora não pode esquecer que uma parcela considerável de sua legião de seguidores, mesmo fiéis às suas próprias crenças, tem tolerado ações e omissões de seus artistas. Porém esse terreno das aceitações muitas vezes oferece limites, afinal, tolerância é uma estada de mão dupla.

É importante compreender que a diversidade religiosa enriquece a cultura brasileira, e que a liberdade de crença e expressão deve ser respeitada e promovida. Em um país onde a fé desempenha um papel significativo na identidade nacional, é fundamental cultivar um ambiente de respeito mútuo e tolerância religiosa, onde cada indivíduo possa vivenciar sua espiritualidade livremente, sem temer o julgamento ou a discriminação.