Por Douglas Ferreira
As autoridades de Perth, na Austrália Ocidental, aprovaram recentemente os planos para a construção do que poderá se tornar o edifício de madeira mais alto do mundo, conhecido como o “edifício C6”. Este arranha-céu híbrido de 191,2 metros de altura combina estrutura de madeira maciça e concreto armado. A construção da torre, se concluída, superará o atual detentor do recorde, a torre Ascent em Milwaukee, EUA, que tem 25 andares ou 86 metros.
Os desenvolvedores do “edifício C6” planejam utilizar 42% de madeira em sua estrutura, combinando vigas de madeira laminada com um exoesqueleto de aço para oferecer suporte à construção. A torre, que estará localizada em South Perth, terá 50 andares e mais de 200 apartamentos, e está projetada para ser o primeiro edifício residencial com pegada de carbono negativa na Austrália Ocidental.
A iniciativa visa reduzir o impacto ambiental da construção civil, já que tradicionalmente, edifícios altos são construídos com aço e concreto, materiais que contribuem significativamente para as emissões de CO2. A substituição de concreto e aço por biomateriais como a madeira pode reduzir consideravelmente o impacto ambiental da construção.
Além do uso de madeira, o projeto também inclui características sustentáveis, como um jardim na cobertura, uma fazenda urbana e disponibilidade para os residentes de 80 carros elétricos Tesla Model 3.
Embora o projeto tenha sido saudado por suas credenciais ambientais, alguns especialistas expressam ceticismo em relação à alegação de que o edifício será “carbono negativo” a menos que a madeira armazene mais carbono do que é liberado por outros materiais ao longo do tempo. No entanto, há otimismo geral quanto ao uso crescente da madeira na construção como uma maneira de reduzir o impacto ambiental da indústria de construção civil.
O projeto representa um passo em direção a uma abordagem mais sustentável na construção de arranha-céus. Não resta dúvida de que haverá um redução na pegada de carbono, mas há controvérsia quanto à sustentabilidade do projeto.
Para o construtor piauiense Humberto Castro, essa sem dúvida é uma opção a ser levada em contra, mas ele entende que a proposta não se apresenta como uma tendência na construção civil. “Creio tratar-se de um nicho a ser explorado, mas não creio que essa seja uma tendência de mercado”, concluiu.