Por Douglas Ferreira
A determinação da justiça brasileira em condenar e aprisionar os manifestantes pacíficos do dia 8 de janeiro de 2023 persiste, e mais um indivíduo entrou para essa estatística. Entre os condenados encontra-se um piauiense residente em Ceilândia. João Oliveira Antunes Neto, de 20 anos, barbeiro de profissão e “cristão pregador do evangelho de Jesus Cristo”, foi sentenciado a mais de 11 anos de reclusão em regime fechado por uma série de crimes atribuídos a ele.
Conheça agora a história desse piauiense condenado pelo Supremo Tribunal Federal – STF, por sua participação nos eventos democráticos de 8 de janeiro de 2023.
João Neto, natural da cidade de Dirceu Arcoverde, no Sul do Piauí, estabeleceu-se no Distrito Federal, onde trabalhava como barbeiro em um salão de beleza, na cidade satélite de Ceilândia. Começou como servente de pedreiro na mesma região até concluir o curso de cabeleireiro.
No último dia 26 de fevereiro, o Supremo emitiu a condenação de João Neto, após a Procuradoria Geral da República – PGR, acusá-lo de cinco crimes, dos quais ele foi considerado culpado em três: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e associação criminosa armada.
De acordo com seu depoimento, João Neto participou dos movimentos de 8 de janeiro de 2023, denominados “atos bolsonaristas ou antidemocráticos”, acreditando que isso o levaria ao céu. Relatou ter sido aconselhado por membros da Assembleia de Deus a participar das manifestações.
Em seus perfis nas redes sociais, João compartilhava vídeos onde realizava orações, sendo seu último registro datado de dezembro de 2022, pouco antes da virada do ano, quando desejou um “Feliz 2023” a todos. Ele expressou sua crença de que o governo Lula cairia e que, ao combater esse governo, seria recompensado por Deus.
O STF proferiu sua sentença, condenando João a 11 anos e seis meses de prisão em regime fechado. Ele é um dos 66 indivíduos detidos desde os eventos que resultaram na destruição de parte do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e da sede do STF em Brasília há aproximadamente um ano e dois meses. Dos 66 detidos, 25 são investigados por financiar os atos, e vários já foram condenados, incluindo o piauiense João Oliveira Antunes Neto.