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Publicado em: 7 abril 2024 às 11:39 | Atualizado em: 7 abril 2024 às 15:19

Conheça a única ponte de mão inglesa no Brasil que fica em plena amazônia

Por Douglas Ferreira com informações G1

Ponte rodoferroviária sobre o rio Tocantins, em Marabá, no Pará – Foto: Reprodução

A captura dos dois fugitivos da penitenciária de Mossoró/RN, no município de Marabá, no Estado do Pará, trouxe destaque para a ponte rodoferroviária onde a prisão ocorreu. A ponte mista de Marabá é a única no Brasil que adotou o sistema inglês de trânsito, onde a mão e contra-mão funcionam em sentido contrário ao sistema brasileiro.

Com mais de 2 km de extensão, a ponte atravessa o rio Tocantins. Trata-se de uma ponte mista, pois além das duas pistas de rolamento, inclui também uma passagem ferroviária para o escoamento do minério da região.

Na quinta-feira (4), Deibson Nascimento e Rogério Mendonça foram recapturados juntamente com outros quatro homens, 50 dias após a fuga da penitenciária de ‘segurança máxima’ de Mossoró, no Rio Grande do Norte, a uma distância de 1.600 km do local da fuga. O grupo estava em três carros. A PF e Polícia Rodoviária Federal precisaram interceptar um dos veículos para detê-lo.

A captura de Deibson ocorreu no acesso à ponte, enquanto Rogério foi preso já sobre a estrutura da ponte, que ficou famosa por possuir tráfego inglês, ou seja, com as mãos invertidas.

Além da peculiaridade das faixas de rolamento invertidas, a ponte é de trânsito misto, com uma ferrovia passando entre as duas faixas de rodagem.

Esta é a única ponte no Brasil que usa a mão inglesa no trânsito – Foto: Reprodução

Construída pela multinacional Better e inaugurada em 28 de fevereiro de 1985, a ponte foi a primeira grande obra da cidade e ficou pronta em cinco anos. Ela foi construída pela Companhia Vale do Rio Doce.

Ulisses Pompeu, escritor de livros sobre a história do município e pesquisador responsável pela área histórica do museu da cidade de Marabá, explicou que a ideia da ponte surgiu da necessidade de escoamento do minério da Serra de Carajás, no sudeste paraense. No entanto, o crescimento populacional e o desenvolvimento regional levaram a modificações no projeto.

O engenheiro do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) responsável pela região de Marabá, Jairo Rabelo, acrescentou que o uso das faixas “invertidas” solucionou questões técnicas e evitou desapropriações na área, mudanças na rota ferroviária e impactos durante as cheias do rio Tocantins.

A ponte tem quase 2 km e é administrada pela Vale – Foto: Reprodução

Atualmente, a Vale é responsável pela ponte e pelas manutenções na estrutura, como parte da concessão da estrada de ferro Carajás.

Quanto à operação que resultou na prisão de Rogério e Deibson, o diretor-geral da PRF, Antônio Fernando Souza Oliveira, explicou que a ação realizada na ponte foi estratégica para evitar áreas de fuga e reação, resultando em uma operação bem-sucedida sem incidentes graves.