Por Douglas Ferreira
A ciência desempenha um papel crucial no aprimoramento do agricultura, beneficiando não apenas os produtores de soja, mas também os consumidores e o país como um todo. Destacamos em especial o papel da Embrapa no crescimento da produtividade no Agro. Muitos outros órgãos também têm contribuído para esse avanço.
Recentemente, uma descoberta significativa foi feita, promovendo um aumento impressionante de 17% na produção da soja. Mas como isso se tornou possível? Não se trata apenas de adubo ou produto químico, mas sim de uma inovação relacionada às plantas de cobertura.
Após extensivos levantamentos técnicos realizados ao longo de três anos pela Fundação MS, foi identificada a planta de cobertura ideal para consorciar com a soja, impulsionando os níveis de produtividade. Estamos falando da Brachiaria brizantha, cultivar Piatã, demonstrou-se como a melhor opção, destacando-se em comparação com outras culturas de outono-inverno.
Os resultados foram notáveis, com um aumento médio de 17% na produção da oleaginosa. Isso se deve não apenas à cobertura do solo proporcionada pela planta, mas também aos benefícios químicos e à redução de nematoides (vermes microscópios e geralmente abundantes no solo, água doce e salgada e muitas vezes são parasitas de animais, insetos e também de plantas) observados. O uso do Piatã como substituto ao milho safrinha tardio revelou-se superior em diversos aspectos, contribuindo para uma produção mais robusta e sustentável.
O desenvolvimento do capim Piatã não apenas melhora a fertilidade do solo, mas também enriquece a nutrição e promove um aumento no volume de raízes da soja. Além disso, sua presença no ambiente reduz a incidência de nematoides prejudiciais, favorecendo a saúde e o desenvolvimento das raízes da soja.
A integração lavoura-pecuária, apoiada por essa descoberta, tem sido adotada com sucesso por agricultores como Daniel Franco Pereira, presidente da Fundação MS. Essa abordagem não apenas aumenta a produtividade, como demonstrado pelo incremento de oito sacas por hectare nas últimas seis safras, mas também oferece estabilidade à produção, reduzindo os riscos para os agricultores.
Além dos benefícios diretos para a produção agrícola, a integração lavoura-pecuária traz vantagens significativas para o solo, contribuindo para sua fertilidade e saúde a longo prazo. Isso não apenas promove uma produção sustentável, mas também prepara o terreno para o futuro da agricultura, especialmente em regiões como Mato Grosso do Sul, onde há vastas extensões de terra com baixa fertilidade.
Embora os resultados dos levantamentos técnicos sejam promissores, ainda há muito a ser explorado e estudado em relação às alternativas ao milho de inverno. No entanto, essa descoberta representa um passo significativo em direção a uma agricultura mais eficiente, sustentável e produtiva.