Por Wagner Albuquerque
A expectativa para a primeira semana de 2024 é de agitação, com a divulgação dos primeiros indicadores de atividade econômica nos Estados Unidos. Esses dados devem influenciar ainda mais as apostas dos investidores sobre as direções do Federal Reserve, o banco central do país, em relação às taxas de juros.
O encerramento de 2023 foi marcado pelo aumento das apostas quanto ao início da redução dos juros nos Estados Unidos a partir de março, impulsionando os mercados financeiros globais.
Dessa forma, os números de emprego nos EUA e a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) podem dar sequência a esse período de otimismo.
Além disso, uma série de indicadores de atividade econômica está programada, incluindo diversos PMIs (Índices de Gerentes de Compra), adicionando ainda mais elementos à análise do cenário econômico.
Perspectivas do mercado
Na segunda-feira, dia 1º, às 22h45 (horário de Brasília), está prevista a publicação, na China, do PMI Industrial Caixin de dezembro, que pode fazer preço no Ibovespa na terça (2), em ações ligadas às commodities metálicas, quando o mercado local reabrir, após o feriado de final de ano.
Na terça-feira, uma nova rodada de PMIs promete movimentar os mercados, com dados na União Europeia, em seus principais países, como Alemanha e França, além dos Estados Unidos e do Brasil. No Velho Continente, as publicações acontecem por volta das 6h, no Brasil, às 10h, e nos EUA, às 11h45.
Por aqui, além do tradicional Focus, às 8h30, saem os dados da balança comercial de dezembro e do acumulado de 2023, às 15h.
Na quarta-feira, o BC divulga, às 8h30, os números sobre as transações correntes de novembro e de investimento estrangeiro.
Enquanto isso, nos Estados Unidos, o ISM divulga sua leitura para o PMI industrial de dezembro, às 12h, e há, no mesmo horário, a publicação da oferta de empregos JOLTs do último mês de 2023.
O destaque do dia, porém, na maior economia do mundo, fica para publicação da ata da última reunião do Fomc, quando os membros decidiram manter a taxa de juros inalterada, dando pistas, adicionalmente, sobre possíveis cortes em breve.
O documento em questão deve trazer mais informações sobre como os integrantes da autoridade monetária estão enxergando o momento no país. O mercado, portanto, buscará, nas entrelinhas, dicas sobre quando o ciclo de baixa se iniciará.
Mais para o fim do dia, às 22h45, há os PMIs chineses do setor de serviço e o composto.
Na quinta-feira, volta a bateria de indicadores. Nos Estados Unidos, saem os novos pedidos de seguro-desemprego e a pesquisa ADP de empregos privados.
Vale lembrar que o Fed monitora de perto dados do mercado de trabalho norte-americano, já que eles indicam, usualmente, como está a economia do país.
Se mais aquecida, aumenta a chance da inflação, com leitura de 3,1% no último dado, se sustentar acima da meta, de 2%, e de as autoridades serem mais rígidas em suas políticas monetárias.
No Brasil, além dos PMIs, há, às 9h, a publicação pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) da inflação ao produtor (IPP, na sigla em inglês) de novembro, às 9h.
Por fim, na sexta-feira, sairá o indicador mais aguardo pelo mercado, que é o Payroll de dezembro – o mais importante dado dos Estados Unidos quando o assunto é mercado de trabalho, às 10h30.
Por lá, o ISM também divulga seu PMI não-manufatura, às 12h.
Na Europa, mais cedo, terá a publicação, às 7h, da inflação ao consumidor (PCI, na sigla em inglês) de dezembro e ao produtor de novembro – dados importantes para as próximas decisões do Banco Central Europeu (BCE).
No Brasil, encerrando a primeira semana do ano, o Ministério da Fazenda divulga dados das contas públicas de novembro, como, por exemplo, a relação entre a dívida líquida brasileira e o PIB.
Enquanto isso, às 9h, o IBGE divulga os dados da produção industrial.