Por Wagner Albuquerque
Ecólogos de todo o mundo estão utilizando satélites da NASA para proteger habitats de animais ameaçados de extinção. Com a ajuda dos equipamentos da agência espacial americana, os pesquisadores estão identificando novas áreas que podem servir como habitats para essas espécies.
A perda de habitat é uma das principais ameaças à biodiversidade global, impulsionada pelo aumento das populações humanas e a consequente transformação de áreas selvagens para a habitação. Espécies sensíveis a essas mudanças, como grandes predadores e mamíferos de grande porte, enfrentam um risco elevado de extinção devido à destruição de seus habitats naturais.
Um novo estudo, publicado na Frontiers in Conservation Science, revela que ainda existem áreas naturais inexploradas que podem ser habitadas por tigres (Panthera tigris). Utilizando tecnologia de imagens infravermelhas e mapeamento geográfico, os pesquisadores descobriram novos habitats potenciais para esses grandes felinos, cuja população atual é inferior a 4.000 indivíduos. “Ainda há muito mais espaço para tigres no mundo do que os especialistas pensavam”, afirma Eric Sanderson, ecólogo do Jardim Botânico de Nova York.
Além dos tigres, as técnicas de mapeamento da NASA também estão sendo usadas para encontrar novos habitats para outras espécies ameaçadas, como elefantes asiáticos (Elephas maximus) no sul do Butão, a tartaruga-do-deserto de Mojave (Gopherus agassizii), o grou-sáurio (Centrocercus urophasianus) e o carneiro-das-rochas (Ovis canadensis) nos EUA. Os dados coletados quase em tempo real permitem uma análise mais ampla e rápida, auxiliando pesquisadores a desenvolver estratégias eficazes para a conservação dos ambientes naturais. “Os satélites observam vastas áreas da Terra diariamente, ajudando a monitorar habitats difíceis de estudar”, explica Keith Gaddi, biogeógrafo da NASA.