Por Douglas Ferreira
O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, conhecido por suas ideias inovadoras e polêmicas, enfrenta um desafio significativo ao assumir o cargo, considerando que cerca de 80% das reservas internacionais do país estão em yuan, a moeda chinesa. Essa revelação contraria diretamente os planos de Milei de dolarizar a economia argentina e fechar o Banco Central.
Estudos de consultorias econômicas argentinas, como a Infobae, e a Ecolatina, mostram que a escassez de dólares é um obstáculo considerável para Milei, pois a maioria das reservas internacionais argentinas está vinculada a swaps cambiais com a China. Esses swaps representam 81% das reservas, totalizando US$ 17,7 bilhões em contratos de câmbio firmados com o Banco Central da China.
A entrada do yuan nas reservas argentinas data de 2009, quando a presidente Cristina Kirchner firmou o acordo de swap de moedas com a China, visando facilitar relações comerciais entre os dois países sem depender do dólar. Desde então, o acordo foi renovado cinco vezes, tornando-se estratégico para a estabilidade do câmbio argentino.
A hostilidade declarada de Milei à China, aliada à sua intenção de dolarizar a economia, coloca em xeque a relação financeira com o país asiático, que detém o controle significativo das reservas argentinas. A incerteza sobre como Milei lidará com essa dependência da China levanta preocupações na imprensa econômica argentina, considerando que o país presidido por Xi Jinping é crucial para a estabilidade financeira da Argentina.