A contabilidade interna do Partido dos Trabalhadores revelou uma realidade preocupante: um encolhimento alarmante ao longo da última década. O partido, que já alcançou feitos notáveis, como a eleição de 630 prefeitos em 2012, agora se vê reduzido a apenas 183 prefeituras. Um declínio igualmente drástico é observado no cenário das capitais, onde o PT já governou nove delas, mas hoje não detém sequer uma.
A situação é ainda mais grave quando se considera que o partido, uma vez poderoso e influente, agora parece incapaz de disputar nas maiores cidades do país, onde reside uma parcela significativa do eleitorado brasileiro, mais da metade. A pergunta que ecoa é: por que um partido que já venceu cinco das últimas seis eleições presidenciais está definhando desta maneira?
A relação entre a popularidade de Lula e a votação do PT sempre foi delicada. Apesar do apoio do ex-presidente, o partido viu sua base eleitoral se erodir gradualmente. Essa desconexão se reflete não apenas nas eleições presidenciais, mas também nas parlamentares, onde a bancada do PT na Câmara dos Deputados diminuiu consideravelmente ao longo dos anos.
O controle rígido de Lula sobre o PT, combinado com um culto à personalidade e uma aura de “infalibilidade”, contribuiu para uma crise interna silenciosa. A falta de debate interno sobre alternativas políticas e a crescente apatia entre os membros do partido são sintomas evidentes dessa crise.
Diante das próximas eleições, o PT parece adotar uma postura tímida, optando por alianças estratégicas ou até mesmo pela neutralidade em alguns cenários. A ausência do partido nas principais disputas eleitorais, como em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, sugere uma estratégia de longo prazo, talvez condicionada ao futuro político de Lula.
Enquanto isso, a ansiedade por um embate entre direita e esquerda na campanha eleitoral deste ano é palpável, mas o controle sobre esse cenário parece escapar tanto de Lula quanto de Bolsonaro. O embate entre PT e PL pode ocorrer em algumas capitais, mas sem a presença das mais importantes, como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, a dinâmica do confronto político nacional permanece incerta.
Em Teresina, os candidatos do Partido dos Trabalhadores costumam ter uma postura pífia nas eleições municipais. A ex-deputada Flora Isabel expressão do Partido do Piauí disputou o Palácio da Cidade e teve um resultado vergonhoso, ficou em quarto lugar, perdendo até mesmo para o bem humorado candidato Quem Quem.
A maior liderança do PT no Estado do Piauí, tetra-governador e hoje senador e ministro do governo Lula, Wellington Dias, também se aventurou a ocupar o palácio da cidade. Também amargou uma terrota sem precedente em sua bem sucedida trajetória política. Saiu das urnas com parcos 59.470 votos, o correspondente a apenas 14,18% do eleitorado.
Agora o partido se busca alianças com todos os partidos da base aliada do governo do Estado, da prefeitura de Teresina e até com liderança que historicamente combateram o PT e suas mazelas dentro do ninho tucano, sua antítese política deste a fundação dos dois partidos. E quem está capitaneando esse ajuntamento partidário é o deputado Fábio Novo, que de novo só tem o nome.
Na eleição de 2020 Novo ficou em quarto lugar, perdeu até para a iniciante Gessy Fonseca. Ele obteve menos voto que Wellington Dias, e saiu das urnas com 47.573 votos ou 11,50% dos eleitorado local.