Por Cláudia Claudino
Durante toda minha vivência dentro do Armazém Paraíba, conheci histórias que me inspiraram, motivaram e ensinaram. Histórias de luta, dor, superação e conquistas.
Em outubro, concluímos mais uma turma do PDL (Programa de Desenvolvimento de Liderança) do Armazém Paraíba. Nesta edição, foram 28 vidas impactadas e transformadas, de maneiras diferentes e singulares.
Ao longo desses últimos seis anos, tenho aprendido e crescido muito com cada história que a mim tem sido confiada por meio de uma escuta empática e respeitosa. Histórias que acolhemos, cuidamos e ressignificamos, pois só assim podemos nos tornar seres humanos melhores. Precisamos aprender a olhar para frente, tratando nossas dores do passado e desbravar um futuro diferente. Sem isso, ficaremos estagnados, presos a este passado, nos impedindo de progredir, evoluirmos e exercitarmos a nossa liderança.
Veja, a liderança começa em si mesmo, e entender esse passado para construir algo novo é o primeiro passo para criar futuros melhores e com resultados com mais sentido. A partir do momento que nos tornamos líderes de nós mesmo, poderemos liderar os demais com maior conexão.
Podemos destacar relatos de histórias em que o passado exercia uma influência significativa sobre o desenvolvimento individual, agindo como um obstáculo para o progresso de cada pessoa (nestes relatos os nomes dos participantes são fictícios). Maria relata que desde a separação da sua mãe (há 20 anos) perdeu o contato com a mesma. João não conheceu o pai, pois ainda no ventre da mãe, foi abandonado. José saiu de casa, pois o pai não aceitava a sua escolha de gênero. Carla foi trancada numa sala de aula por outros colegas ainda pequenas, desenvolvendo traumas de permanecer em ambientes fechados. Pedro viu sua mãe ser agredida durante anos pelo seu pai. Enfim, histórias que se repetem com muitos, mas, poucos conseguem virar a página.
Traumas carregados por anos e anos, impactando diretamente no crescimento pessoal e profissional.
Outro dia ouvi de um gestor uma queixa de que “agora temos que ser até psicólogo para ouvir os problemas dos colaboradores”. Daí eu disse, sim, ouvir é hoje a mais importante habilidade de uma liderança, e em certos momentos precisamos agir como psicólogos e compreender as dores de cada um. Daí poderemos avaliar o desempenho de cada colaborador e fazer as correções necessárias.
Exercer a escuta ativa, não nos torna psicólogos, mas nos torna líderes humanizados para compreender quais são as necessidades dos colaboradores naquele momento e direcionar melhor as soluções.
Em cada profissional, existe um ser humano, com todas as suas dores e emoções. O Líder precisa saber ouvir para entender.