A 12ª edição do Fórum Jurídico de Lisboa, que aconteceu nos dias 26,27 e 28 de junho, trouxe como temática geral os “Avanços e recuos da globalização e as novas fronteiras: transformações jurídicas, políticas, econômicas, socioambientais e digitais”.
Como acontece anualmente, o objetivo do Fórum é debater questões que desafiam o Estado contemporâneo. Nesta edição, foi abordado um panorama sobre como a globalização tem sido fomentada ou desestimulada em alguns campos, os motivos para isso e os impactos no Brasil e na Europa. Com temáticas transversais, busca-se maior compreensão sobre os desafios que se colocam no mundo atual, como meio ambiente, segurança, saúde, imigração.
Para isso, o Fórum promoveu mesas-redondas e debates sobre temas que vão desde regulação financeira e mercado de carbono passando por transição energética, guerras, responsabilidade social, ESG, diálogos institucionais, desenvolvimento sustentável, globalização e inovação, desinformação, propaganda eleitoral e integridade nas eleições, governança, desafios de políticas públicas. Sem dúvidas, uma grande agenda de discussões e uma programação tão diversificada e complexa quanto relevante e necessária para os dias atuais.
Organizado pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), pelo Lisbon Public Law Research Centre (LPL) da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e pelo Centro de Inovação, Administração e Pesquisa do Judiciário – FGV Justiça (FGV), o XII Fórum de Lisboa visa ao desenvolvimento de atividades em suas respectivas áreas de domínio, voltadas ao aperfeiçoamento de instituições públicas e privadas no Brasil, em Portugal e em outros países.
Um dos temas debatidos durante o Fórum foi sobre Inteligência Artificial: riscos éticos, econômicos e eleitorais. A mesa-redonda contou com a participação do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso, que em sua exposição destacou riscos e potencialidades positivas da inteligência artificial. Ao concluir sua fala, deixou claro que a sensibilidade humana ainda continuará imprescindível no campo do Direito.
“Não é possível prescindir das capacidades humanas mesmo nesse mundo em que a inteligência artificial vem tendo um avanço exponencial e que, como disse, vai revolucionar as nossas vidas, e acho que não devemos ter medo, mas apenas ter a preocupação de fazer com que ela caminhe por uma trilha ética e que sirva à causa da humanidade e à civilização, e que não seja um risco precisamente para a humanidade e a civilização, porque, com todas essas modernidades, são ainda os velhos valores que devem nortear a vida de todos nós, que são o bem, a justiça e a dignidade humana”, pontuou Barroso em seu discurso. Quem quiser ler pode acessar o link: https://www.conjur.com.br/wp-content/uploads/2024/06/discurso-do-ministro-luis-roberto-barroso-forum-de-lisboa.pdf.
O Fórum Jurídico de Lisboa se consolida como um dos eventos mais importantes para a discussão de questões cruciais que afetam tanto as esferas públicas quanto privadas no contexto global. A escolha dos temas e a profundidade das discussões refletem a complexidade e a interconexão dos desafios contemporâneos. O debate sobre os avanços e recuos da globalização é especialmente relevante, dada a crescente interdependência entre nações e as rápidas transformações tecnológicas e socioeconômicas que moldam o cenário mundial.
A importância do evento reside na sua capacidade de reunir especialistas de diversas áreas para discutir e propor soluções para problemas emergentes. A abordagem interdisciplinar facilita uma compreensão holística das questões abordadas, promovendo uma troca rica de experiências e conhecimentos entre os participantes. As discussões sobre regulação financeira, mercado de carbono e transição energética, por exemplo, são cruciais para a construção de uma economia sustentável e resiliente. Da mesma forma, a análise de temas como desinformação e integridade nas eleições é vital para a manutenção de processos democráticos transparentes e justos.
Ao fomentar o diálogo entre acadêmicos, legisladores, juristas e outros stakeholders, o Fórum desempenha um papel fundamental na criação de políticas públicas mais eficientes e inovadoras. A cooperação internacional promovida pelo evento contribui significativamente para o desenvolvimento de soluções que podem ser adaptadas e implementadas em diferentes contextos nacionais, fortalecendo a governança global.
PALESTRA
Raul Velloso discute “Rumos da economia brasileira sob governo Lula-3”
O economista e presidente do Fórum Nacional INAE, piauiense Raul Velloso, vai ministrar a palestra “Rumos da economia brasileira sob governo Lula-3”, para empresários e profissionais ligados ao Setor Econômico, em Teresina e Parnaíba.
Em Teresina, a palestra aconteceu na segunda-feira, dia 1º de julho. Em Parnaíba, a palestra será na próxima quinta-feira, 4 de julho, às 19h, no Teatro do Sesc Avenida.
Raul Velloso é consultor econômico e ex-secretário de Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento. É PhD em Economia pela Universidade de Yale, nos EUA. Foi membro do Conselho de Administração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), membro do Conselho de Administração da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) e membro do Conselho Técnico de Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O Fórum Nacional é a associação dos principais economistas, sociólogos e cientistas políticos do país. Criado em 1988, o Fórum tem a finalidade de oferecer propostas concretas para a modernização da sociedade brasileira. A entidade adquiriu permanência com a criação do Instituto Nacional de Altos Estudos – INAE, sociedade civil sem fins lucrativos.