Embora a inovação seja uma prioridade declarada para muitos executivos, a execução efetiva e a preparação para implementar inovações ainda são desafios significativos para muitas empresas, tanto globalmente quanto no Brasil. É o que mostra levantamento realizado pelo Boston Consulting Group (BCG) que mostrou que, embora 83% dos executivos considerem a inovação uma prioridade, muitas empresas não estão preparadas para implementá-la efetivamente.
O estudo Innovation Systems Need ouviu mais de mil executivos seniores de todo o mundo, incluindo o Brasil, e avaliou a maturidade da inovação de empresas em uma escala de 100 pontos.
Entres os setores que priorizam a inovação, a tecnologia lidera, com 98%. Em segundo lugar, vem mídia e entretenimento (94%), seguido por bens duráveis (91%), química (91%), viagem, turismo e hospedagem (87%).
No âmbito global, 83% dos respondentes classificaram a inovação entre as três principais prioridades de suas organizações, e 86% estão experimentando a IA generativa (GenAI), principalmente na área de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de produtos e soluções. No entanto, menos da metade (48%) das companhias fez algum esforço para alinhar suas estratégias de negócios e inovação. Entre aquelas que conseguiram, apenas 12% relatam que os esforços conjuntos entre as áreas estão gerando um impacto real.
Essa falta de alinhamento pode ser um dos fatores que contribuem para a baixa prontidão para inovação observada em 2024, em que apenas 3% das instituições se qualificaram como prontas para inovação. Isso representa uma queda acentuada em relação a 2022, quando esse índice era de 20%. O relatório mostra ainda que organizações que já usam GenAI têm 80% mais probabilidade de se identificarem como líderes em inovação e cinco vezes mais probabilidade de aplicar essa tecnologia em escala.
Inovação no Brasil
No Brasil, a situação é ainda mais desafiadora. Apenas 50% dos executivos veem a inovação como uma das prioridades centrais do negócio. Para 70% dos brasileiros entrevistados, a cultura avessa ao risco é o maior desafio para a instituição, seguida por estratégias não claras ou excessivamente amplas (45%) e falta de governança robusta (40%).
Em relação ao uso da GenAI, 65% das empresas brasileiras estão começando a utilizá-la para impulsionar a inovação. Destas, 35% estão experimentando a tecnologia em áreas limitadas e 30% usam em aplicações selecionadas. No entanto, nenhuma está aplicando a GenAI em escala, em contraste com a média global de 8%.
Bruno Vasconcellos, diretor executivo e sócio do BCG, afirma que as empresas brasileiras devem intensificar suas estratégias de inovação e utilizar a GenAI como um acelerador. Para isso, devem se concentrar em seis elementos-chave: propriedade executiva, claro senso de propósito, foco na vantagem competitiva, domínios específicos, estrutura de portfólio direcionada e objetivos quantificáveis. Companhias que implementam pelo menos quatro desses elementos têm mais de 50% das vendas provenientes de inovações em comparação com seus concorrentes. (Fonte: Startups.com.br)