Não dá para entender a degradação social, política e econômica de Cuba sem avaliar todo o processo de implantação do sistema socialita com a instalação da mais longeva ditadura das Américas. A Revolução Cubana, ocorrida no Reveillon de 1959, depôs o presidente Fulgêncio Batista e inicialmente prometeu “liberdade e prosperidade para o pequeno país caribenho”.
No entanto, ao longo de 65 anos, os líderes revolucionários implantaram uma ditadura cruel e sanguinária que resultou na expulsão e execução de muitos contra-revolucionários, incluindo idosos, crianças e adolescentes. Cuba, que antes era um país próspero e independente na América Central, mergulhou em uma decadência sem precedentes na história americana.
Após a rejeição pelos Estados Unidos do golpe de Estado e da apropriação de propriedades e indústrias americanas na Ilha, o governo cubano se voltou para a antiga União Soviética, que passou a comprar açúcar e rum cubanos e a financiar dos ‘revolucionários’. A dependência de Cuba dos soviéticos trouxe alívio inicial, mas deteriorou-se rapidamente com o fim dos subsídios após o colapso do regime soviético.
Localizado no golfo do México, próximo a Miami, e tendo os EUA como inimigos imperialistas, Cuba enfrentou um bloqueio econômico significativo de boa parte dos Estados Americanos, que eram seus grandes parceiros comerciais. Isso levou a uma gradual deterioração da economia cubana, dependendo da ajuda de países socialistas na América Latina.
A relação entre Cuba e Estados Unidos deteriorou-se definitivamente durante a Crise dos Mísseis, levando à expulsão de Cuba da Organização dos Estados Americanos (OEA) e à imposição de um embargo pelos Estados Unidos contra Cuba.
Ao longo de mais de seis décadas, o regime socialista impôs uma severa retração econômica, suprimindo a liberdade de opinião e de imprensa, além de atacar os direitos fundamentais do povo cubano. Atualmente, a decadência e a miséria que assolam o país são evidentes, revelando ao mundo os impactos devastadores que o comunismo provocou na Ilha.
Esta análise crítica da situação econômica de Cuba foca principalmente na crise da indústria açucareira, que historicamente foi vital para a economia cubana. Aqui estão alguns pontos-chave destacados:
- História da indústria açucareira: Cuba já foi um dos maiores produtores de açúcar do mundo, com pico de produção de oito milhões de toneladas em 1990. A queda começou com o colapso da União Soviética em 1991, que interrompeu os subsídios econômicos que Cuba recebia, afetando severamente a economia.
- Impacto do bloqueio econômico: Os Estados Unidos impuseram um embargo econômico a Cuba, o que limitou severamente suas exportações, incluindo o açúcar. Isso contribuiu significativamente para a redução das refinarias de açúcar na ilha castrista, de 156 para 61 entre 2002 e 2004, resultando na perda de mais de 100.000 empregos diretos.
- Atual situação crítica: Atualmente, a produção de açúcar em Cuba está em um dos níveis mais baixos da história, com apenas 350.000 toneladas produzidas em um ano recente. A pandemia de COVID 19 exacerbou os problemas, mas o embargo dos EUA continua sendo um fator decisivo na situação econômica do país (entendamos que o embargo se dá mais pelo fato de Cuba não costumar cumprir os compromissos e acordos comerciais).
- Impacto na economia e no povo: A queda na produção de açúcar não afeta apenas o setor alimentício, mas também a produção de rum, outro produto importante para a economia cubana. A falta de açúcar não apenas prejudica a capacidade de exportação do país, mas também compromete a demanda interna e a produção de outros bens derivados.
- Perspectivas futuras: A crise atual na indústria açucareira indica um desafio significativo para a recuperação econômica de Cuba. Especialistas como Omar Everleny apontam para a necessidade de importação de açúcar, o que pode ter ramificações negativas adicionais para a economia.
Em resumo, o colapso da indústria açucareira é emblemático da crise econômica mais ampla enfrentada por Cuba. A dependência histórica desse setor e as pressões econômicas externas, como o embargo dos EUA, exacerbaram os desafios econômicos do país, afetando profundamente seu desenvolvimento e bem-estar social.