A recente mudança na ciclofaixa no anel viário de Canto do Buriti, no Sul do Piauí, levanta sérias questões sobre o uso inconsequente dos recursos públicos, a falta de critério nos projetos do Departamento de Estradas de Rodagem – DER e a, sobretudo, a falta de consideração pela segurança do cidadão. Essa obra absurda e perigosa, que inicialmente dividia as quatro faixas de rolamento da estrada, é um exemplo claro de gasto do dinheiro público de forma no mínimo questionável.
Primeiramente, é alarmante que uma ciclofaixa tenha sido construída no meio da pista de uma estrada de rodagem de caminhões com quatro faixas, separando os veículos em alto movimento. Essa configuração era claramente perigosa, colocando em risco a segurança dos ciclistas e dos motoristas. A norma de trânsito pode não proibir essa configuração, mas a ausência de barreiras de proteção adequadas entre os ciclistas e os veículos era um erro grave.
Além disso, a obra inicial, que custou mais de R$ 6 milhões, de acordo com o projeto de 2013, representa um uso desajuizado do erário público. A falta de planejamento adequado, que resultou na necessidade de refazer a ciclofaixa, levanta sérias questões sobre a gestão de recursos financeiros no DER, órgão responsável pela construção do anel viário.
Agora, com a obra sendo totalmente refeita e realocada para a lateral da pista, é importante questionar quem arcará com os custos dessa segunda empreitada. O Estado, por meio DER, deverá explicar se os recursos públicos foram gastos duas vezes para a mesma obra e de onde exatamente sairá esse dinheiro usado na reparação do erro grave.
É essencial que a sociedade permaneça crítica, porém responsável, ao abordar essas questões. A segurança dos cidadãos e o uso eficiente dos recursos públicos devem ser prioridades inegociáveis. E eventos como essa ciclofaixa perigosa em Canto do Buriti devem servir como alerta para uma gestão mais responsável e eficiente dos projetos de infraestrutura do governo.