Por Wagner Albuquerque
O Sistema Ferroviário Rápido Autônomo (ART), divulgado como o primeiro “trem inteligente”, foi desenvolvido pela fabricante chinesa CRRC e implementado em 2018 para testes na cidade de Zhuzhou.
O ART opera com pneus de borracha sobre trilhos “virtuais”, seguindo trajetórias pré-definidas remotamente, dispensando a necessidade de um condutor. Essa característica permite que ele circule em vias comuns, ao lado de carros, e ocasionalmente se torna viral na internet, sendo comparado a um “ônibus glorificado”.
Descrito pelo fabricante chinês como “sustentável”, o ART é totalmente elétrico. Segundo o Fórum Econômico Mundial, ele é “menos custoso do que o metrô leve, mais rápido e elegante do que ônibus, neutro em carbono e flexível”. Em 2017, o custo de um ônibus ART, com capacidade para 300 pessoas, era de 15 milhões de yuan (R$ 10,4 milhões), considerado um investimento relativamente baixo. Com velocidade de até 70 quilômetros por hora, o ART é defendido por especialistas como uma alternativa para aliviar o tráfego nas cidades e “revitalizar subúrbios”.
O professor de sustentabilidade da Universidade de Curtin, na Austrália, Peter Newman, acredita que os ônibus falham em duas frentes em relação à mobilidade urbana: eles não competem com carros, o que gera congestionamento, e não possibilitam um “desenvolvimento mais denso”, impedindo o processo de reurbanização das cidades.
Para Newman, os “trackless trams”, como o ART, combinam as melhores características dos ônibus sem os inconvenientes. Em 2022, o sistema já estava presente nas cidades de Yibin e Harbin, e posteriormente foi adotado em Suzhou, Xian (China), Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos) e Kuching (Malásia). Além disso, países como Zimbabwe, Austrália e Catar também têm planos de investir nessa tecnologia.
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