A crise econômica que assola o Brasil está tendo um impacto direto no setor varejista, e nem mesmo as grandes redes conseguem escapar dos efeitos prejudiciais que afetam a economia nacional. A Casas Bahia, em particular, enfrentam um prejuízo na ordem do bilhão de reais.
Quando a contabilidade não fecha e os resultados negativos atingem proporções astronômicas, os primeiros a sofrer são os trabalhadores. Para tentar superar a crise e preservar ao máximo os empregos, a empresa se viu obrigada a fechar 55 lojas no ano passado e, agora, em 2024, já fechou as portas de 17 lojas da rede.
A Casas Bahia registrou um prejuízo líquido de R$ 1 bilhão no quarto trimestre de 2023, o maior prejuízo já registrado para um único trimestre e cerca de seis vezes superior ao resultado negativo de R$ 163 milhões do ano anterior. Apesar de os investidores já esperarem uma perda significativa no período, o montante superou as projeções do mercado, que estimavam um prejuízo entre R$ 700 milhões e R$ 800 milhões. Esse resultado negativo também superou as expectativas da agência “Bloomberg”, que estimava um prejuízo de R$ 836 milhões.
O prejuízo acumulado em 2023 atingiu R$ 2,6 bilhões, o maior da história desde a abertura de capital em 2013, e quase oito vezes maior do que em 2022. Os efeitos não recorrentes da reestruturação em andamento, as provisões, a renovação de acordos com cartões e a redução significativa de estoques contribuíram para esse resultado desfavorável.
O CEO da empresa, Renato Franklin, afirmou que a Casas Bahia está em um processo de recuperação e destacou as ações implementadas para reverter essa situação adversa. Houve queda na receita líquida e nas vendas tanto nas lojas físicas quanto no comércio online, algo que já era previsto pelo mercado. A receita líquida no período foi de R$ 7,4 bilhões, uma queda de 16% em relação a 2022, enquanto as vendas brutas totais online caíram 21%, refletindo o recuo de 22% nos produtos próprios da rede.
Além do impacto da crise econômica, o fechamento de lojas, as demissões em massa e a readequação dos centros de distribuição também contribuíram para os resultados negativos. A empresa fechou 55 lojas em 2023 e mais 17 no quarto trimestre, além de ter demitido 2,6 mil pessoas no mesmo período. A redução nos estoques, embora possa eventualmente melhorar a receita, afetou a rentabilidade, resultando em uma queda na margem bruta da empresa.
Apesar desse cenário desafiador, a empresa está buscando alternativas para melhorar sua situação financeira, incluindo negociações com bancos para estender o prazo de pagamento de dívidas. A Casas Bahia também está explorando novas fontes de receita, como o “Casas Bahia Ads”, um projeto na área de publicidade digital, e buscando reduzir custos, como a economia gerada com a redução de cargos de liderança.