Por Douglas Ferreira
A situação no Rio Grande do Sul, com um saldo de 145 mortes, está longe de ser favorável e, infelizmente, há perspectivas sombrias no horizonte. O retorno das fortes chuvas neste fim de semana e as previsões de mais tempestades nas próximas 48 horas, juntamente com a possibilidade de geadas e baixas temperaturas, podem agravar ainda mais a situação dos afetados pela tragédia climática que atingiu mais de 420 municípios gaúchos.
De acordo com Vinícius Lucyrio, meteorologista da Climatempo, o Estado enfrentará um período de frio intenso, principalmente a partir desta segunda-feira, à noite, estendendo-se até quinta-feira pela manhã. As temperaturas mais baixas, que podem gerar geada em várias áreas, representam um desafio adicional para a população já afetada pelas enchentes e chuvas intensas.
Além das questões relacionadas ao clima, a médica pneumologista Letícia Oliveira Dias destaca os riscos à saúde pública, especialmente em meio a inundações. Doenças como leptospirose e hepatite A podem surgir devido à contaminação da água, enquanto a queda da temperatura aumenta a incidência de doenças respiratórias, como gripes, resfriados e pneumonias.
O contexto atual, com famílias desabrigadas e aglomeradas em abrigos, eleva ainda mais o risco de transmissão de doenças infecciosas. A preocupação se estende também para o surgimento de focos do mosquito Aedes aegypti após o escoamento das águas das enchentes, aumentando o potencial de proliferação da dengue.
Para mitigar esses riscos, é essencial que a população evite o contato com águas contaminadas, esteja atenta aos sintomas de doenças respiratórias e mantenha a vacinação em dia. Medidas preventivas, como o uso de máscaras em abrigos e a promoção da atualização vacinal, são fundamentais para proteger a saúde da comunidade em situações de emergência como essa.