Por Douglas Ferreira
A criação de empregos formais com carteira assinada apresentou uma significativa queda no Brasil ao longo do ano de 2023, indicando uma crise no setor de empregos no país. Os dados provenientes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) revelam uma situação preocupante, sugerindo que as políticas públicas do governo voltadas para a geração de emprego e renda não estão alcançando os resultados esperados.
Notavelmente, a geração de empregos com carteira assinada no país registrou uma diminuição de 26,3% no ano passado, marcando o primeiro ano do governo Lula III, sem a presença de eventos como pandemia ou outros fatores que justifiquem tal estagnação.
O Brasil criou 1,48 milhão de empregos com carteira assinada em 2023. Mesmo assim, não conseguiu sequer igualar os números de 2022. Com isso o número de empregos ficou 26,3% abaixo do ano anterior.
Este declínio marca o segundo ano consecutivo de redução. São Paulo (390,7 mil), Rio de Janeiro (160,6 mil), Minas Gerais (140,8 mil) e Paraná (87,6 mil) lideraram na criação de oportunidades de trabalho.
O setor de serviços se destacou como o principal gerador de empregos, contribuindo com a abertura de 886,2 mil novos postos de trabalho.
No mês de dezembro, houve um fechamento de postos de trabalho, totalizando 430,2 mil, refletindo uma diminuição de 0,2% em relação ao mesmo mês de 2022. Os setores mais impactados foram os de serviços (-181,9 mil) e indústria (-111 mil), com os cortes mais expressivos entre os trabalhadores com ensino médio completo (-174,2 mil) e aqueles que recebem entre 1 e 1,5 salários mínimos.
A reportagem não teve acesso aos dados atualizados referentes ao Piauí. Mas o Estado registrou um saldo de 2.494 empregos com carteira assinada em setembro de 2023. Foram 12.627 admissões e 10.133 demissões no período. Piauí chegou a um patamar de 19,2 mil vagas com carteira assinada geradas no Estado nos oito primeiros meses de 2023.