Por Douglas Ferreira com informações CPG
Além do Canadá e dos Estados Unidos, o Panamá, localizado na América Central, é o único país do continente americano que possui uma ligação direta entre os oceanos Atlântico e Pacífico. Essa conexão foi estabelecida pelo Canal do Panamá no início do século passado e inaugurada em 1914. Até 1999, o canal estava sob a administração dos Estados Unidos, quando foi oficialmente transferido para o governo panamenho.
Agora, um projeto ambicioso busca unir o Brasil ao Pacífico por meio do Peru, através da construção de uma ferrovia transoceânica. Esse empreendimento unirá o Brasil a outros dois países para desenvolver uma ferrovia que interligará os oceanos.
Brasil, Peru e China estabeleceram uma parceria estratégica para o desenvolvimento da Ferrovia Transoceânica, um projeto que promete transformar as relações comerciais e logísticas entre a América do Sul e a Ásia. Essa iniciativa reflete a crescente influência econômica da China na região Sul-americana e visa facilitar o comércio e o intercâmbio cultural entre os dois continentes.
A China, por meio de sua iniciativa Cinturão e Rota, tem demonstrado sua capacidade de unir regiões distantes economicamente. Com a Ferrovia Transoceânica, o país asiático pretende fortalecer ainda mais os laços com a América do Sul, através de parcerias comerciais e investimentos em infraestrutura que podem alterar significativamente a dinâmica econômica do continente.
Embora esse projeto de infraestrutura ambiciosa enfrente desafios logísticos e financeiros notáveis, devido à complexa geografia Sul-americana, incluindo a Floresta Amazônica e a Cordilheira dos Andes, a experiência da China em grandes empreendimentos sugere viabilidade técnica para superar esses obstáculos.
A relação econômica entre a China e a América do Sul tem crescido substancialmente, com o comércio bilateral ultrapassando a marca de $490 bilhões. A Ferrovia Transoceânica é vista como um avanço nessa parceria crescente, oferecendo uma alternativa logística que pode reduzir custos e tempos de transporte, beneficiando não só os países diretamente envolvidos, mas também toda a região do cone Sul ao melhorar o acesso aos mercados asiáticos.
A presença crescente da China no Brasil, especialmente desde 2007, destaca-se pelos investimentos em setores críticos como energia, mineração e infraestrutura. Empresas chinesas desempenham papéis importantes na economia brasileira, como a State Grid e a China Three Gorges.
O estabelecimento do Fundo China-Brasil em 2017, com recursos de US$ 20 bilhões destinados principalmente à infraestrutura, reforça o compromisso chinês com o desenvolvimento econômico do Brasil.
A Ferrovia Transoceânica simboliza um mundo cada vez mais globalizado, onde a cooperação entre nações pode superar desafios físicos e geopolíticos, promovendo o desenvolvimento sustentável e o crescimento econômico mútuo.