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Publicado em: 16 julho 2024 às 09:38 | Atualizado em: 16 julho 2024 às 10:11

Brasil se revela como sítio arqueológico a céu aberto: descoberto fóssil de dinossauro no RS

Por Douglas Ferreira

O espécime pertence ao grupo Herrerasauridae, dinossauros carnívoros conhecidos no Brasil e na Argentina – Foto: Reprodução

O Brasil, reconhecido pela sua rica biodiversidade, também se destaca como um imenso sítio arqueológico, especialmente da Era Mesozoica. Recentemente, chuvas torrenciais e enchentes no Rio Grande do Sul trouxeram à luz ossadas de um gigante do período Jurássico.

Descoberta de fóssil de dinossauro no RS

Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) fizeram uma descoberta notável: um fóssil de dinossauro parcialmente exposto em um sítio fossilífero em São João do Polêsine, na Região Central do Rio Grande do Sul. Este achado está ligado às chuvas de maio, que causaram enchentes na região.

Detalhes do achado

O fóssil encontrado é de um dinossauro que viveu há aproximadamente 233 milhões de anos, tornando-o um dos dinossauros mais antigos conhecidos. O Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia (Cappa) da UFSM lidera os estudos sobre este espécime, que é quase completo e tem cerca de 2,5 metros de comprimento.

Significado científico

Rodrigo Temp Müller, o paleontólogo que liderou a escavação, destacou a importância deste fóssil para a compreensão da origem dos dinossauros. O espécime pertence ao grupo Herrerasauridae, dinossauros carnívoros conhecidos no Brasil e na Argentina, e é o segundo mais completo deste grupo já encontrado no mundo.

Este é o segundo mais completo deste grupo já encontrado no mundo – Foto: Reprodução

Processo de escavação e análise

As escavações ocorreram no final de maio e duraram quatro dias. Após a extração, os pesquisadores transportaram a rocha com o fóssil para o laboratório, onde será analisada para determinar se pertence a uma espécie já conhecida ou se representa uma nova descoberta. Essa etapa deve ser concluída ainda este ano.

Outras descobertas na região

Além do dinossauro quase completo, os paleontólogos encontraram fósseis fragmentados de animais anteriores aos mamíferos em municípios próximos, como Faxinal do Soturno, Agudo, Dona Francisca e Paraíso do Sul.

Impacto das chuvas na paleontologia

Embora as chuvas possam revelar novos fósseis, elas também aumentam o risco de destruição dos achados devido à ação do vento, sol e chuva. Fósseis menores são especialmente vulneráveis a serem descobertos e destruídos no mesmo período de chuvas.

A equipe de pesquisa monitora os sítios paleontológicos após as enchentes em busca de fragmentos expostos. O processo de escavação envolve várias etapas: encontrar o fóssil, realizar a coleta (extraindo um pedaço de rocha com o fóssil), transportar o material para o laboratório e, finalmente, extrair o fóssil da rocha utilizando ferramentas delicadas como marteletes, bisturis e resinas para garantir a integridade da peça.

Conclusão

A descoberta no Rio Grande do Sul ressalta a importância do Brasil no cenário paleontológico global, oferecendo novas oportunidades para entender melhor a era dos dinossauros e sua evolução.