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Publicado em: 24 dezembro 2023 às 06:30 | Atualizado em: 23 dezembro 2023 às 19:36

Brasil responde ao alerta da OMS: vacina contra dengue integrada ao SUS para combater epidemia

Ministério da Saúde inclui vacina Qdenga no Programa Nacional de Imunizações – Foto: Reprodução

O governo federal, em resposta ao alerta da Organização Mundial de Saúde sobre a preocupante situação da dengue no Brasil, tomou finalmente medidas para combater a propagação da doença. Atualmente, o Brasil lidera globalmente os casos de dengue, com mais da metade do total registrado.

No início de novembro, o ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o governo não queria oferecer vacinas contra a dengue à população, mas agora, em resposta às preocupações crescentes, o Ministério da Saúde anunciou a inclusão da vacina Qdenga no Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Sistema Único de Saúde (SUS).

A Qdenga, desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda Pharma, é a primeira vacina contra a dengue oferecida no sistema público de saúde brasileiro. Aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacina contém vírus vivos atenuados da dengue, induzindo respostas imunológicas contra os quatro sorotipos do vírus.

A vacina será disponibilizada gratuitamente pelo SUS a partir de fevereiro de 2024. Indicada para pessoas de 4 a 60 anos, a Qdenga pode ser administrada tanto a quem já teve dengue quanto a quem nunca foi infectado. No entanto, gestantes, lactantes, indivíduos alérgicos a seus componentes e aqueles com sistema imunológico comprometido não são elegíveis para a imunização.

A vacinação ocorrerá de forma escalonada, com 6,2 milhões de doses previstas para o ano de 2024. Com dois doses administradas com um intervalo de três meses, cerca de 3,1 milhões de pessoas poderão ser imunizadas no próximo ano. As reações adversas, geralmente leves a moderadas, são esperadas nos primeiros dias após a aplicação.

A Qdenga apresenta diferenças significativas em relação à Dengvaxia, a primeira vacina contra a dengue aprovada no Brasil. Enquanto a Dengvaxia é indicada para quem já teve a doença, a Qdenga pode ser administrada a quem nunca foi infectado. Além disso, a Qdenga é recomendada para pessoas dos 4 aos 60 anos, em comparação com a Dengvaxia, que é indicada para pessoas dos 9 aos 45 anos. A quantidade de doses também difere, com a Dengvaxia exigindo três doses em intervalos de seis meses, enquanto a Qdenga é composta por duas doses com intervalos de três meses.