No decorrer de julho deste ano, o Brasil testemunhou a criação de 142,7 mil empregos formais. É o que diz os dados recentemente revelados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, divulgados nesta quarta-feira, 30, com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – Caged.
Durante esse mês específico, o governo registrou um total de 1,883 milhão de contratações e 1,740 milhão de demissões, retratando um cenário complexo no mercado de trabalho. A despeito do avanço na criação de empregos, essa tendência vem sofrendo uma queda no país. Porém, é crucial entender as razões subjacentes a essa situação e o que está obstaculizando o crescimento econômico.
É notório que o resultado de julho apresentou um decréscimo quando comparado ao mesmo mês do ano anterior, no qual foram gerados 225 mil empregos formais. Isso corresponde a uma redução significativa de 36,6% entre esses dois períodos.
Vale ressaltar que o contexto de julho de 2020 foi influenciado pela pandemia da Covid-19, que impactou profundamente a economia e levou à criação de 108,4 mil postos de trabalho. Em contrapartida, no mesmo mês do ano subsequente, ou seja, em julho de 2021, observou-se uma abertura de 306,8 mil vagas formais, evidenciando a volatilidade e a sensibilidade do mercado de trabalho às circunstâncias externas e internas.
Nesse contexto, a análise da queda na criação de empregos requer uma avaliação minuciosa dos fatores que podem estar contribuindo para essa tendência. Entre as possíveis razões estão a instabilidade econômica, a incerteza política, as flutuações do mercado global, as políticas governamentais. Diversos elementos podem interagir para criar um ambiente de cautela por parte dos empregadores, o que afeta a decisão de contratar novos funcionários.
Além disso, os desafios estruturais do mercado de trabalho, como a falta de qualificação, a informalidade e a dificuldade de se adaptar às mudanças tecnológicas, também podem contribuir para essa situação. O dados do Caged demonstram, em última análise, a situação preocupante da economia brasileira. Aumento do desemprego, aumento do número de empresas e estabelecimentos fechados, juros altos, incertezas do que está por vir, tudo isso reflete, no mínimo, uma política econômica equivocada. E nesse caso, não dá para “tapar o sol com a peneira”. O ano de 2023 parece que nem começou.
Para que o país possa superar essa queda na criação de empregos e promover um crescimento sustentável, é necessário abordar esses problemas de forma abrangente, buscando políticas que estimulem o investimento, a qualificação da mão de obra e a modernização dos setores econômicos. Somente assim será possível reverter essa tendência e construir uma base sólida para o futuro do mercado de trabalho brasileiro.
Por Douglas Ferreira