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Publicado em: 27 março 2024 às 08:58

Boeing comunica saída do seu CEO durante crise do 737 MAX

Por Wagner Albuquerque

David Calhoun: mais uma baixa provocada pelo 737 MAX. Foto: John Froschauer/AP/picture alliance

Dave Calhoun, CEO da Boeing Company, planeja sair da empresa até o fim do ano, em meio a uma extensa reestruturação da alta administração. A decisão vem em um momento delicado para a empresa, que enfrenta desafios contínuos relacionados à segurança do avião 737 MAX. Ainda não há anúncio sobre quem será o seu sucessor.

“Os olhos do mundo estão voltados para nós e sei que sairemos desse momento como uma empresa melhor, aproveitando todos os aprendizados que acumulamos ao trabalharmos juntos para reconstruir a Boeing”, disse Calhoun, que atuava como CEO da empresa desde janeiro de 2020. Ele é o segundo CEO da Boeing a deixar o cargo desde o início da crise do 737 MAX. Em 2020, ele havia tomado o lugar de Dennis Muilenburg, que deixou a empresa após dois acidentes fatais envolvendo o modelo.

A saída de Calhoun não é isolada. A empresa também pretende fazer várias mudanças na diretoria nos próximos meses.

Paralelamente, a gigante americana da aviação informou que Stan Deal, presidente e CEO da Boeing Commercial Airplanes – principal divisão de fabricação e venda de aviões de uso civil da Boeing -, se aposentará. Stephanie Pope liderará essa divisão. Por fim, Lawrence Kellner não deve buscar ser reeleito para o posto de presidente do conselho da Boeing, e o cargo passará a ser ocupado por Steve Mollenkopf.

Crise do 737 MAX

A Boeing está mais uma vez sob pressão desde o início de janeiro, quando uma porta de um 737 MAX da Alaska Airlines se desprendeu em pleno voo. Investigadores apontaram que faltava uma série de parafusos usados para manter a peça no lugar.

O incidente se tornou a maior crise para a Boeing desde que toda a sua frota de jatos 737 MAX teve sua permissão de voo suspensa em todo o mundo em 2019, após dois desastres com o modelo provocarem a morte de 346 pessoas.

Aviões 737 MAX 9 com a mesma configuração de porta do modelo da Alaska Airlines ficaram parados por semanas até serem inspecionados. Reguladores também passaram a examinar todos os processos de fabricação da Boeing. Uma auditoria da Federal Aviation Administration (Agência Federal de Aviação dos EUA, conhecida pela sigla FAA) na fábrica da Boeing, perto de Seattle, indicou problemas em quase três dúzias de aspectos da produção. A Boeing tem até o final de maio para apresentar à FAA um plano de melhoria.