Por Douglas Ferreira
Muitas pessoas tendem a dar preferência a produtos importados em vez dos fabricados no Brasil, supondo que estes últimos possuem uma qualidade inferior. No entanto, nem tudo que vem de fora é necessariamente melhor do que o que é produzido localmente. Especialmente quando se trata de produtos alimentícios, a produção nacional geralmente oferece mais garantias de procedência e passa por padrões de qualidade mais rigorosos estabelecidos pelos órgãos de saúde.
Um exemplo recente disso é a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) de retirar cinco marcas de leite infantil dos supermercados devido à contaminação. Esses produtos, destinados a crianças e bebês, foram identificados como contendo ingredientes que não são 100% leite. Essa medida da ANVISA veio após relatos de internações de bebês com menos de seis meses e até mesmo um óbito, que consumiram essas fórmulas.
As investigações revelaram a presença de uma bactéria nociva nas instalações da fábrica em Sturgis, nos Estados Unidos, onde esses produtos foram fabricados. Em decorrência dessa descoberta, a ANVISA determinou a retirada imediata dos produtos das prateleiras dos supermercados.
Marcas retiradas das prateleiras:
. Human Milk Fortifier
. Similac PM 60/40
. Similac
. Alimentum
. EleCare da empresa Abbott Nutrition
Os lotes afetados foram identificados com numerações específicas, iniciadas pelos dois primeiros dígitos entre 22 e 37, seguidos pelas letras K8, SH ou Z2, com data de validade a partir de 1º de abril de 2022. Apesar de não terem sido identificados casos de contaminação no Brasil, por precaução, esses produtos foram retirados temporariamente do mercado nacional.
É importante destacar que, após a resolução do problema, os produtos foram reintroduzidos no mercado brasileiro. A ANVISA também proibiu a importação, comercialização, distribuição, propaganda e uso dos lotes suspeitos, visando proteger a saúde dos consumidores. A investigação conduzida pela Food and Drugs Administration (FDA), nos Estados Unidos, revelou a presença da bactéria Cronobacter sakazakii na fábrica, uma preocupação especialmente grave devido aos riscos que essa bactéria representa, principalmente para bebês e crianças pequenas.