Move Notícias

Publicado em: 18 dezembro 2023 às 08:24 | Atualizado em: 18 dezembro 2023 às 08:34

Azul critica BNDES por priorizar empresas estrangeiras em financiamentos de aviação

Por Douglas Ferreira

Rodgerson sugere que o BNDES deveria priorizar o financiamento de empresas brasileiras de aviação e que financiar empresas aéreas americanas é loucura – Foto: Reprodução

O CEO da Azul Linhas Aéreas, John Rodgerson, criticou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, nesta sexta-feira (15), alegando negligência em promover a aviação nacional. O executivo argumenta que o banco cometeu equívocos ao estabelecer parcerias com empresas norte-americanas do setor, em vez de disponibilizar linhas de crédito para as companhias brasileiras. Em uma conversa com jornalistas, Rodgerson afirmou que nos últimos anos o banco de desenvolvimento brasileiro favoreceu parcerias com a American Airlines e a Fedex, empresas estrangeiras que já são competitivas, em detrimento.

Em uma conversa com jornalistas, John Rodgerson da Azul Linhas Aéreas afirmou que nos últimos anos o BNDES priorizou parcerias com empresas estrangeiras como a American Airlines e a Fedex, que já são competitivas devido aos subsídios do governo norte-americano.


“Nos últimos 2, 3 anos, o BNDES financiou empresas americanas, mas nenhuma empresa brasileira de aviação. Então imaginem isso, nossos impostos estão financiando ativos para a American Airlines, para a Fedex, para essas empresas subsidiadas pelo governo deles, e aqui zero para as empresas brasileiras. Eles estão financiando o país errado”, declarou o CEO da Azul.


Rodgerson sugere que o BNDES deveria priorizar o financiamento de empresas brasileiras de aviação que mais geram empregos, em vez de favorecer aquelas que já recebem forte apoio do governo norte-americano. Ele considera que a condução das políticas econômicas do banco para a aviação no Brasil é uma “loucura”.

“Eu acho que o BNDES deve financiar a Azul, a Gol, a Latam, porque nós estamos ajudando o Brasil, criando empregos no Norte, no Nordeste, mas financiar uma empresa aérea dos Estados Unidos, poxa, que loucura”, disse o executivo.

Rodgerson destaca que o acesso a linhas de crédito é um dos maiores desafios enfrentados pela aviação civil no Brasil, juntamente com as altas taxas de judicialização do setor e o combustível de aviação mais caro do mundo.

O que diz o BNDES?

Em resposta às declarações, José Luis Gordon, diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, explicou que os financiamentos realizados pelo banco em parceria com empresas aéreas norte-americanas tiveram como objetivo viabilizar a venda de aeronaves da Embraer, contribuindo para a fabricante brasileira, que também gera empregos no Brasil.

Gordon afirmou que o BNDES não financia empresas estrangeiras e justificou a ausência de parcerias com a Azul devido ao patrimônio líquido negativo da empresa, o que dificulta a apresentação de garantias. Ele enfatizou que o banco continua apoiando as companhias brasileiras na aquisição de aeronaves e expressou o interesse do BNDES em fortalecer sua parceria com as empresas aéreas brasileiras.