Por Douglas Ferreira
A maioria das pessoas já ouviu falar da terceira lei de Newton: o princípio da Ação e Reação. Esse princípio diz que para toda força de ação existe uma força de reação que possui o mesmo módulo e direção, porém em sentido contrário.
E isso não é diferente na política, onde cada palavra e ato são como uma faísca que acende a reação do eleitorado. E as recentes ações e declarações polêmicas do presidente Lula, somadas às políticas do governo, resultaram em uma queda notável em sua popularidade, como revela uma pesquisa da Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 6.
Essa diminuição na aprovação de Lula fez soar o alarme em Brasília. Ministros influentes agora defendem uma abordagem mais moderada, especialmente em questões de valores, onde o governo e o presidente têm defendido posições mais firmes e até aceleradas.
O aumento da desaprovação do presidente Lula, destacado na pesquisa Genial/Quaest colocou os ministros do governo em alerta. Eles veem a necessidade de Lula se posicionar mais ao centro, principalmente em questões de valores, como aborto, invasões de terras e legalização de drogas.
Essa preocupação surge especialmente após as críticas de Lula a Israel, que afetaram sua avaliação, principalmente entre os evangélicos, que tendem a apoiar o bolsonarismo. Os números mostram que a desaprovação ao presidente aumentou, especialmente entre esse grupo religioso.
Para neutralizar essa tendência, aliados sugeriram que Lula adote uma postura mais conservadora nessas pautas de costumes como uma maneira de neutralizar os discursos dos bolsonaristas.
Essa mudança de estratégia também se estende a outras áreas sensíveis, como as invasões promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Ministros acreditam que Lula precisa fazer uma condenação mais clara dessas invasões para garantir o apoio do setor agrícola.
Mas não é apenas na política que essa pesquisa ecoa. A percepção da economia também influenciou negativamente a avaliação do governo, com um número significativo de entrevistados relatando uma piora nas condições econômicas. Este é um alerta importante para o governo, que via na melhoria econômica uma forma de ganhar apoio e superar resistências.
Em suma, a pesquisa da Genial/Quaest não apenas revela a queda na popularidade do presidente Lula, mas também aponta para uma necessidade urgente de mudança de estratégia e abordagem, tanto em questões políticas quanto econômicas. Como teria dito o saudoso Petrônio Portela: “só não muda quem se demite do direito de pensar”
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