Por Douglas Ferreira
Em junho de 2024, o custo da cesta básica subiu em 10 das 17 capitais brasileiras, conforme a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Esse aumento reflete diretamente na mesa do trabalhador, tornando o planejamento financeiro e a busca por alternativas essenciais para lidar com os novos desafios.
Reflexos do aumento
O aumento do custo da cesta básica impacta significativamente o orçamento familiar, especialmente para aqueles que dependem do salário mínimo. Os maiores aumentos foram observados no Rio de Janeiro (2,22%), Florianópolis (1,88%), Curitiba (1,81%) e Belo Horizonte (1,18%). Em contraste, Natal (-6,38%) e Recife (-5,75%) apresentaram as maiores quedas, mostrando uma variação considerável entre as capitais.
Determinantes da elevação dos preços
A elevação dos preços da cesta básica é determinada por diversos fatores, incluindo:
- Inflação alimentar: A alta nos custos de produção, como insumos agrícolas e combustíveis, repercute diretamente no preço final dos alimentos.
- Condições climáticas: Secas, enchentes e outros eventos extremos podem afetar a oferta de produtos agrícolas, elevando seus preços.
- Câmbio e comércio internacional: A valorização do dólar pode encarecer os insumos importados, refletindo no preço dos produtos nacionais.
Protegendo-se do aumento
Para se proteger do aumento da cesta básica, os consumidores podem adotar algumas estratégias práticas:
- Planejamento financeiro: Estabelecer um orçamento semanal ou mensal para compras de alimentos, priorizando os itens essenciais.
- Atenção às promoções: Ficar atento às ofertas e promoções nos supermercados, que podem oferecer descontos significativos em produtos básicos.
- Compra em atacados: Optar por compras em atacados ou mercados que vendem em maior quantidade pode resultar em economia no longo prazo.
- Substituições inteligentes: Substituir produtos mais caros por alternativas mais acessíveis sem perder o valor nutricional.
Alternativas para driblar os preços
Para driblar os aumentos, algumas alternativas incluem:
- Hortas caseiras: Cultivar hortaliças e legumes em casa pode reduzir significativamente os gastos com esses itens.
- Feiras livres: Comprar em feiras pode ser mais econômico e ainda oferece a possibilidade de negociação de preços.
- Compras coletivas: Unir-se a vizinhos ou amigos para comprar em grandes quantidades pode reduzir os custos individuais.
Realidade atual
Os custos mais elevados da cesta básica foram registrados em São Paulo (R$ 832,69), Florianópolis (R$ 816,06), Rio de Janeiro (R$ 814,38) e Porto Alegre (R$ 804,86). Em contraste, os menores valores foram observados em Aracaju (R$ 561,96), Recife (R$ 582,90) e João Pessoa (R$ 597,32). Esses dados destacam a disparidade regional e a necessidade de estratégias específicas para cada localidade.
Salário mínimo e tempo de trabalho
Segundo o Dieese, para atender às necessidades básicas, o salário mínimo deveria ser de R$ 6.995,44, equivalente a 4,95 vezes o atual mínimo de R$ 1.412,00. Em junho de 2024, o trabalhador que recebe o salário mínimo comprometeu, em média, 54% do seu rendimento líquido para adquirir a cesta básica, demandando cerca de 109 horas e 53 minutos de trabalho.
Conclusão
O aumento da cesta básica exige atenção e adaptação por parte dos consumidores. Com planejamento e estratégias adequadas, é possível minimizar os impactos e garantir que a mesa do trabalhador continue bem abastecida, mesmo diante dos desafios econômicos.