Por Douglas Ferreira

O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou neste domingo, 9, a dissolução do Parlamento e a convocação de novas eleições legislativas. Esta decisão foi tomada após o partido de Macron sofrer uma derrota significativa nas eleições para o Parlamento Europeu, onde o partido de extrema-direita de Marine Le Pen saiu vitorioso.
Contexto e razões
A medida de dissolver o Parlamento e convocar novas eleições para os dias 30 de junho e 7 de julho surge em resposta à ascensão do partido de Le Pen, a Reunião Nacional (RN), que tem ganhado força ao moderar seu discurso político e ampliar sua base de apoio. Macron justificou a decisão como uma necessidade de reconhecer a realidade política e responder adequadamente à mudança no panorama eleitoral.
“Decidi devolver ao povo francês a escolha de seu futuro parlamentar através do voto. Portanto, estou dissolvendo a Assembleia Nacional”, declarou Macron.

Impactos políticos
A dissolução do Parlamento e a convocação de novas eleições representam um momento crítico para a política francesa. Macron enfrenta a difícil tarefa de consolidar o governo em meio à crescente influência de Le Pen, que tem adaptado o discurso para atrair um eleitorado mais amplo. Esta estratégia de “desdiabolização” visa tornar o partido mais palatável para o eleitor médio, focando em questões socioeconômicas como salários, pensões e custo de vida.
Marine Le Pen, em um comício realizado neste domingo, afirmou: “Estamos prontas para assumir o poder se os franceses nos confiarem nas próximas eleições nacionais.”
O cenário europeu
As eleições para o Parlamento Europeu, que motivaram a decisão de Macron, envolveram eleitores de 21 dos 27 países da União Europeia, incluindo Alemanha, França, Espanha e Suécia. Esses eleitores escolheram 720 representantes para o Legislativo Europeu, com cada país tendo um número determinado de representantes.
A movimentação política na França reflete uma tendência maior na Europa, onde partidos nacionalistas e populistas têm ganhado terreno. A decisão de Macron de antecipar as eleições legislativas pode ser vista como uma tentativa de reforçar seu mandato e enfrentar o desafio crescente da direita em um momento crucial para a política francesa e europeia.