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Publicado em: 9 junho 2024 às 18:25 | Atualizado em: 10 junho 2024 às 16:37

Após derrota histórica para a direita, Macron dissolve parlamento francês e convoca eleições

Por Douglas Ferreira

Macron tomou a decisão após o partido dele sofrer uma derrota significativa nas eleições para o Parlamento Europeu – Foto: Reprodução

O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou neste domingo, 9, a dissolução do Parlamento e a convocação de novas eleições legislativas. Esta decisão foi tomada após o partido de Macron sofrer uma derrota significativa nas eleições para o Parlamento Europeu, onde o partido de extrema-direita de Marine Le Pen saiu vitorioso.

Contexto e razões

A medida de dissolver o Parlamento e convocar novas eleições para os dias 30 de junho e 7 de julho surge em resposta à ascensão do partido de Le Pen, a Reunião Nacional (RN), que tem ganhado força ao moderar seu discurso político e ampliar sua base de apoio. Macron justificou a decisão como uma necessidade de reconhecer a realidade política e responder adequadamente à mudança no panorama eleitoral.

“Decidi devolver ao povo francês a escolha de seu futuro parlamentar através do voto. Portanto, estou dissolvendo a Assembleia Nacional”, declarou Macron.

Marine Le Pen se diz pronta para assumir o poder na França – Foto: Reprodução

Impactos políticos

A dissolução do Parlamento e a convocação de novas eleições representam um momento crítico para a política francesa. Macron enfrenta a difícil tarefa de consolidar o governo em meio à crescente influência de Le Pen, que tem adaptado o discurso para atrair um eleitorado mais amplo. Esta estratégia de “desdiabolização” visa tornar o partido mais palatável para o eleitor médio, focando em questões socioeconômicas como salários, pensões e custo de vida.

Marine Le Pen, em um comício realizado neste domingo, afirmou: “Estamos prontas para assumir o poder se os franceses nos confiarem nas próximas eleições nacionais.”

O cenário europeu

As eleições para o Parlamento Europeu, que motivaram a decisão de Macron, envolveram eleitores de 21 dos 27 países da União Europeia, incluindo Alemanha, França, Espanha e Suécia. Esses eleitores escolheram 720 representantes para o Legislativo Europeu, com cada país tendo um número determinado de representantes.

A movimentação política na França reflete uma tendência maior na Europa, onde partidos nacionalistas e populistas têm ganhado terreno. A decisão de Macron de antecipar as eleições legislativas pode ser vista como uma tentativa de reforçar seu mandato e enfrentar o desafio crescente da direita em um momento crucial para a política francesa e europeia.