Em 2023, embarcações como barcos, navios e barcaças representaram 19% do transporte desses grãos, totalizando um volume de 30 milhões de toneladas
Por Douglas Ferreira
O Anuário Agrologístico 2024, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), nesta terça-feira, 23, destaca o impressionante crescimento de 782,35% no transporte de soja e milho por hidrovias entre 2010 e 2023. Esse aumento reflete a crescente importância do transporte fluvial no Brasil, uma via crucial para o escoamento da produção agrícola, especialmente nas regiões Centro-Oeste e Norte.
Em 2023, embarcações como barcos, navios e barcaças representaram 19% do transporte desses grãos, totalizando um volume de 30 milhões de toneladas. Esse resultado é fruto do desenvolvimento do setor, impulsionado por medidas como a Lei dos Portos de 2013, que incentivou o surgimento de terminais portuários privados, elevando esse número para 253 TUPs e 247 terminais públicos.
A ascensão dos portos do Arco Norte também é evidente, representando 36,8% de todas as exportações de soja e milho do Brasil em 2023, ultrapassando até mesmo o tradicional Porto de Santos, em São Paulo, que representou 32,9%.
Apesar dos avanços no transporte fluvial, é crucial reconhecer a necessidade de investimentos em ferrovias, especialmente na região Norte. A construção da Ferrovia do Grão, a Ferrogão, pode significar maior eficiência, rapidez e economia no transporte de grãos como soja e milho. Isso é essencial para lidar com os desafios logísticos enfrentados, como destacado no anuário.
Além disso, o documento ressalta a questão da armazenagem no Brasil, apontando que, apesar do crescimento recente, os armazéns existentes são insuficientes para atender à demanda crescente, especialmente nas novas fronteiras agrícolas como o MATOPIBA e o SEALBA. A predominância do modal rodoviário no acesso aos armazéns também destaca a necessidade de diversificação dos meios de transporte, incluindo um maior uso de ferrovias e hidrovias.