Por Douglas Ferreira
A expectativa em relação à próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sugere que a instituição pode reconsiderar sua política de redução da taxa de juros, atualmente em 11,25% ao ano. Esse movimento é motivado pelas fortes pressões inflacionárias observadas em fevereiro, o que coloca em questão a continuidade do ritmo de corte de juros.
Um dos fatores que contribuem para essa possibilidade é a inflação corrente, que superou as projeções divulgadas no último Relatório Trimestral de Inflação (RTI). Esperava-se que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) aumentasse 0,50% em dezembro, 0,26% em janeiro e 0,56% em fevereiro, totalizando 3,95% nos últimos 12 meses.
No entanto, os dados reais revelam um cenário diferente, com o IPCA acumulando 4,5% de março de 2023 a fevereiro de 2024. Em dezembro de 2023, registrou-se uma taxa de 0,56%, seguida por 0,42% em janeiro e 0,83% em fevereiro. Essa elevação da inflação, especialmente nos setores de serviços, destaca-se como um desafio real, conforme discutido na última ata do Copom.
Além disso, a inflação tem sido um ponto sensível para a popularidade do presidente Lula, como indicado por pesquisas recentes. Diante desse contexto, o Banco Central poderá adotar uma postura mais conservadora na próxima reunião do Copom, reconsiderando o ritmo de redução da taxa de juros em resposta às pressões inflacionárias observadas.