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Publicado em: 30 outubro 2023 às 22:41 | Atualizado em: 30 outubro 2023 às 22:50

A seca na região Amazônica pode impactar sua conta de luz e o fornecimento de energia?

Por Douglas Ferreira

Rebocador e balsa com caminhões e pick up em cima encanham no leito do rio – Foto: Reprodução

A seca na região Amazônica do Brasil pode ter alguns impactos na conta de luz do cidadão brasileiro, embora a probabilidade de um apagão regional seja considerada baixa devido aos mecanismos de segurança do Sistema Interligado Nacional (SIN).

Alguns dos principais pontos de conexão entre a seca na Amazônia e a conta de luz incluem:

  1. Custos mais elevados: Caso a seca persista e afete mais usinas hidrelétricas na região, o setor elétrico pode precisar acionar usinas térmicas, que geralmente têm custos de geração mais altos. Isso pode resultar em um aumento nos custos de geração nacional. Esses custos adicionais podem ser repassados aos consumidores e refletidos nas tarifas de energia elétrica.
  2. Bandeira tarifária e encargos setoriais: Os mecanismos de bandeira tarifária e encargos setoriais podem ser usados para repassar custos adicionais aos consumidores em situações de geração de energia mais cara devido à seca.
  3. Encargo de serviço de sistema (ESS): A seca pode impactar o encargo de serviço de sistema (ESS), que representa custos que não estavam inicialmente previstos nas operações de energia e são rateados entre os consumidores. Se usinas térmicas forem acionadas para compensar a demanda de energia, esses custos podem ser repassados aos consumidores.
  4. Baixa relevância da região Norte: É importante notar que a região Norte do Brasil, afetada pela seca, contribui em média com cerca de 6% da capacidade total dos reservatórios do SIN. Portanto, a energia gerada na região Norte tem uma baixa relevância na formação do preço da energia no país.

Apesar dos potenciais impactos na conta de luz, especialistas destacam que o SIN possui mecanismos para lidar com a seca e garantir o fornecimento de energia, evitando apagões. A capacidade de intercâmbio de energia entre os diferentes subsistemas do SIN ajuda a mitigar os riscos de escassez de energia. Além disso, a maioria das usinas na região, como a hidrelétrica Santo Antônio, foi construída na modalidade “a fio-d’água,” o que exige contratos de energia de reserva para garantir a segurança energética em momentos de crise hídrica.

Portanto, embora haja preocupações com custos mais elevados de geração de energia devido à seca na região Amazônica, as medidas de segurança do SIN são projetadas para manter o fornecimento de energia e evitar apagões, com impactos econômicos e sociais significativos.