Por Douglas Ferreira
A televisão aberta, outrora dominante nos lares brasileiros, está enfrentando um declínio acentuado em audiência, especialmente entre os jovens, que agora se voltam cada vez mais para a internet. Mas o que exatamente está causando essa mudança? Vamos explorar.
A revolução digital e a nova geração
Nos últimos anos, a internet se tornou a principal fonte de entretenimento e informação, especialmente entre o público jovem. Plataformas de streaming, redes sociais e conteúdos sob demanda conquistaram a atenção de milhões, deixando a televisão aberta em segundo plano. Este fenômeno não apenas alterou hábitos de consumo, mas também revolucionou a maneira como as pessoas se relacionam com o conteúdo audiovisual.
A queda da “Vênus Platinada” e outras emissoras
Dados recentes do Kantar Ibope mostram um declínio significativo na audiência das principais emissoras de TV aberta no Brasil. A Globo, conhecida como a “Vênus Platinada”, viu sua audiência cair de 12,33 pontos em 2020 para 10,77 pontos em 2024. O SBT e a Record TV também experimentaram quedas similares, enquanto a Band e a Rede TV! registraram índices que podem ser considerados “traços” de audiência.
A programação e a ideologização
Um dos debates em torno dessa queda é se ela resulta da qualidade da programação ou da sua ideologização. Alguns críticos argumentam que o conteúdo das emissoras de TV aberta não está mais em sintonia com os interesses e valores do público moderno, especialmente os jovens, que preferem conteúdos mais diversificados e personalizados oferecidos pela internet.
O Fantástico e outros programas em declínio
Programas icônicos como o Fantástico também não escaparam dessa tendência. Em julho de 2024, o jornalístico da Globo registrou uma média de 14,4 pontos na Grande São Paulo, o menor índice do ano e um dos piores dos últimos quatro anos. Esse declínio reflete a dificuldade da TV aberta em manter relevância em um mercado cada vez mais dominado por alternativas digitais.
Mas em situação vexatória está mesmo a Globo News que registrou apenas traço de audiência. Uma queda notável atribuída em parte a uma programação viciada, com um plantel de comentaristas que apresentam opiniões sempre uniformes.
A ascensão do streaming
Enquanto a TV aberta perde espectadores, os serviços de streaming estão em pleno crescimento. De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a TV por assinatura perdeu quase metade de seus clientes nos últimos 10 anos. Em contrapartida, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2022 revelou que 43,4% dos lares brasileiros possuem pelo menos um serviço de streaming por assinatura.
O futuro do entretenimento
A tendência é clara: a internet está redefinindo o entretenimento. Com a flexibilidade de assistir a conteúdos em qualquer lugar e a qualquer hora, os serviços de streaming oferecem uma experiência que a TV tradicional não consegue igualar. Além disso, a interatividade e a personalização dos conteúdos online tornam a experiência do espectador mais envolvente e satisfatória.
Conclusão
A queda da TV aberta e o crescimento da internet representam uma mudança significativa nos hábitos de consumo de mídia. A televisão, que já foi o centro do entretenimento doméstico, está sendo substituída por plataformas digitais que oferecem uma vasta gama de opções aos espectadores. Este é um momento de transformação, e as emissoras de TV precisam se adaptar rapidamente para continuar relevantes em um mundo cada vez mais conectado e digital.