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Publicado em: 17 janeiro 2024 às 15:24

COVID-19: Laboratório chinês analisa cepa que ataca cérebro de ratos; '100% de mortalidade'

Por Wagner Albuquerque com informações de New York Post

Cientistas chineses estão investigando uma variante mutante da Covid-19, denominada GX_P2V, que mostrou ser letal em 100% dos casos em ratos “humanizados”. Este vírus fatal atacou os cérebros de ratos geneticamente modificados para refletir uma composição genética semelhante à dos seres humanos, como revelado em um recente estudo divulgado em Pequim, conforme informações do jornal americano New York Post.

Os pesquisadores afirmam que isso destaca o risco de propagação do GX_P2V em humanos e fornece um modelo exclusivo para entender os mecanismos patogênicos de vírus relacionados ao SARS-CoV-2.

Essa variante letal é uma mutação do GX/2017, um “primo” do coronavírus inicialmente descoberto em pangolins malaios em 2017, três anos antes do surgimento da pandemia. Pangolins, também conhecidos como tamanduás escamosos, são mamíferos encontrados em regiões quentes do planeta.

Todos os ratos infectados com o vírus GX_P2V morreram em apenas oito dias, uma taxa de mortalidade considerada “surpreendentemente” rápida pelos pesquisadores. A infecção atingiu órgãos vitais, incluindo pulmões, ossos, olhos, traqueias e cérebros, sendo este último gravemente comprometido, resultando na morte dos animais. Nos dias que antecederam a morte, os ratos experimentaram uma perda rápida de peso, postura curvada e movimentos extremamente lentos. Curiosamente, seus olhos tornaram-se completamente brancos um dia antes do óbito.

Embora os resultados do estudo sejam preocupantes, este é o primeiro do tipo a relatar uma taxa de mortalidade de 100% em ratos infectados com um vírus relacionado à Covid-19, superando os resultados anteriormente registrados em pesquisas similares. É crucial observar que, até o momento, não foram estabelecidas conclusões sobre como essa “nova variante” afetaria seres humanos.

Reações

François Balloux, especialista em epidemiologia do Instituto de Genética da University College London, criticou duramente a pesquisa chinesa, classificando-a como “terrível” e “cientificamente totalmente inútil”. Em uma publicação no X, ele expressou sua falta de interesse em aprender com a infecção forçada de uma raça específica de ratos humanizados por um vírus aleatório, ressaltando os potenciais riscos e problemas associados.

Ele levantou a preocupação sobre a falta de informações na pré-impressão sobre os níveis de biossegurança e precauções utilizadas na pesquisa, destacando a possibilidade de que a investigação tenha sido conduzida sem as devidas medidas de segurança, semelhante à pesquisa em Wuhan entre 2016-2019, que pode ter contribuído para a pandemia de Covid-19.

O professor de química e biologia química da Rutgers University, Richard H. Ebright, concordou com as preocupações de Balloux, apoiando a ideia de que a pesquisa pode ter sido conduzida de maneira imprudente. Gennadi Glinsky, professor aposentado de medicina em Stanford, também expressou preocupação, afirmando que essa “loucura” precisa ser interrompida antes que seja tarde demais.

No que diz respeito à origem da Covid-19, a OMS estabeleceu uma comissão internacional para investigar suas origens, mas o relatório final ainda não foi divulgado. Um documento preliminar sugere que a origem mais provável do vírus está relacionada a morcegos na província de Wuhan, na China. O modo preciso de transmissão do vírus aos humanos permanece incerto, com duas teorias principais: uma defendendo sua ocorrência natural e outra sugerindo uma possível relação com pesquisas laboratoriais.