Uma breve análise sobre o avanço do Piauí é o suficiente se ter a certeza que erramos ao longo dos anos na estratégia de desenvolvimento local. Do ponto de vista comparativo não precisamos ir longe, o Ceará é um dos maiores exemplos de crescimento, mesmo diante de fatores adversos como o fato de grande parte dos municípios estarem localizados na região semiárida, assim como o Piauí.
Para se ter uma ideia da força que o vizinho representa, o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado do Ceará fechou com crescimento de 1,96% no primeiro trimestre de 2022 em relação a igual período do ano passado. O resultado ficou acima do PIB do Brasil, cujo índice atingiu 1,7%.
Não existe receita milagrosa, no caso cearense a formula utilizada foi o segmento de um grande projeto político-econômico que independente de sigla partidária, privilegiou o crescimento do estado, a partir da definição de obras e ações estratégicas que ao longo dos anos dariam o resultado hoje observado.
A análise é do ex-senador Freitas Neto, político e economista, ex-presidente do Conselho Deliberativo Estadual (CDE), do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, Sebrae no Piauí e diretor da Federação das Indústrias do Piauí (FIEPI). Freitas citou que os primeiros indicativos de progresso no estado começaram na gestão de Tasso Jereissati que se elegeu a primeira vez em 1986, passando por Ciro Gomes em 1991. Na sequência o Ceará foi novamente governado por Jereissati (1995-1999), Beni Veras (2002-2003), Lúcio Alcântara (2003-2007), Cid Gomes (2007-2015) e Camilo Santana (2015-2022).
“Eles fizeram um projeto para o Ceará que estava acima dos partidos, eles seguiam um programa e o empresariado também abarcou isso. Ouve uma consonância de forças empresariais e políticas em torno de grandes objetivos. Esse é um exemplo que servem para os outros estados do Nordeste. É uma soma de esforços do Governo do Estado, da bancada federal que definiram prioridades claras e sensibilizaram o meio empresarial de todos os setores para se juntarem e formarem um time só, acima das divergências políticas”, afirmou.
Em outras palavras o Ceará pensou grande. Na contramão, a fórmula aplicada aqui, é de uma política unilateral, pensada para uma gestão específica e não designada a atender deficiências a médio e longo prazo.