Por Wagner Albuquerque
A Venezuela e a Guiana firmaram um acordo para resolver a disputa territorial na região do Essequibo através do diálogo, afastando a possibilidade de confronto. A área, representando 74% do território da Guiana e rica em recursos naturais, foi reivindicada por Nicolás Maduro após um referendo no início do mês.
O anúncio do acordo, visando reduzir as tensões na fronteira norte do Brasil, foi feito por representantes da Comunidade das Caraíbas (Caricom) e da Comunidade de Estados Latino-americanos e das Caraíbas (Celac). Essa decisão ocorreu após uma reunião bilateral entre os presidentes Maduro e Irfaan Ali em São Vicente e Granadinas.
Os dois países comprometeram-se a não utilizar a força em nenhuma circunstância, buscando resolver desacordos pela via do direito internacional, incluindo o Acordo de Genebra de 1966, onde a Venezuela baseia sua reivindicação. O acordo também estabelece a comunicação imediata em caso de incidente, com mediação da Caricom, Celac e do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.
O presidente guianense ressaltou o direito de Guiana à exploração de seu espaço soberano, afirmando que o país não busca a guerra, mas reserva-se o direito de defender-se. Maduro, por sua vez, celebrou a vitória do diálogo, considerando-o um passo histórico para abordar a controvérsia territorial.
Apesar da negação de Ali sobre a discussão da disputa na reunião, a Venezuela persiste na resolução via Corte Internacional de Justiça, que a Venezuela não reconhece. A Guiana levou a questão ao Conselho de Segurança da ONU e sediou exercícios militares americanos em resposta ao referendo venezuelano. O chanceler venezuelano aventou a possibilidade de discutir “cooperação em petróleo e gás”, sem entrar em detalhes.