Por Douglas Ferreira com informações do G1
A era dos dinossauros é fascinante e desperta a curiosidade de cientistas e pessoas comuns ao redor do mundo. Uma descoberta recente revela detalhes de um gigante marinho que pode ser considerado o Tiranossauro Rex dos oceanos. A partir do crânio encontrado nos penhascos da Costa Jurássica de Dorset, no sul da Inglaterra, os pesquisadores conseguiram reconstruir esse predador subaquático, oferecendo insights sobre seu impacto no ecossistema jurássico.
O fóssil de 2 metros de comprimento é um dos mais completos do seu tipo já descobertos e pode fornecer informações valiosas sobre esse antigo predador, que viveu há aproximadamente 150 milhões de anos. O crânio pertence a um pliossauro, um réptil subaquático feroz que reinava nos oceanos jurássicos. Os cientistas o descrevem como um “tiranossauro subaquático” devido às suas dimensões impressionantes e características predatórias.
Com cerca de 10 a 12 metros de comprimento e quatro membros poderosos em forma de nadadeira para propulsão em alta velocidade, o pliossauro era um formidável predador dos oceanos. O crânio, ostenta 130 dentes afiados, capazes de causar danos letais com uma única mordida. As saliências nas costas dos dentes indicam uma eficiente técnica de perfuração e extração de presas.
O paleontólogo Steve Etches destaca a singularidade desse fóssil, enfatizando que é um dos mais completos já encontrados, com a mandíbula inferior e a parte superior do crânio interligadas, proporcionando uma visão única de como seria o animal em vida. Ele compara o pliossauro a um “tiranossauro subaquático”, enfatizando seu papel como grande predador dos oceanos jurássicos.
A descoberta ocorreu na Costa Jurássica de Dorset, em uma área considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco. A extraordinária recuperação do fóssil envolveu uma operação complexa, desde a descoberta casual da ponta do focinho até a escavação realizada por especialistas pendurados em cordas a 15 metros acima da praia.
O crânio revela características notáveis, como aberturas circulares na parte posterior que indicam o tamanho dos músculos mandibulares e a força de fechamento da boca do pliossauro. Além disso, cavidades no focinho sugerem a presença de glândulas para detectar mudanças na pressão da água, auxiliando na caça. Um buraco na cabeça pode ter abrigado um terceiro olho, sensível à luz, útil para localizar presas em águas profundas.
O paleontólogo Steve Etches planeja exibir o crânio no próximo ano em seu museu, a Coleção Etches. Ele expressa urgência na extração do restante do animal, temendo sua perda devido à rápida erosão na linha do penhasco. A descoberta proporciona uma oportunidade única para os cientistas explorarem mais sobre a vida e comportamento desses incríveis répteis que dominaram os oceanos jurássicos.