Por Douglas Ferreira
A busca global por fontes de energia limpa, como solar, eólica e hidrogênio verde, contrasta com a persistente influência dos combustíveis fósseis no mercado, movimentando a economia mundial. Conflitos no Oriente Médio e na África, muitas vezes ligados ao petróleo, têm paralelos na disputa entre Venezuela e Guiana. Sob dois terços do território guianense, a região de Essequibo abriga vastas reservas de petróleo, tornando-se alvo de cobiça.
Descobertas em 2015, estima-se que a Guiana detenha cerca de 11 bilhões de barris de petróleo, significativamente “offshore”, próximo a Essequibo. Esse boom impulsionou o crescimento econômico guianense. No entanto, a Venezuela reivindica direitos sobre o território, evidenciados por um plebiscito este mês, onde 95% dos votantes aprovaram a anexação da “Guiana Essequiba”.
As tensões entre Venezuela e Guiana intensificaram-se, com os Estados Unidos anunciando exercícios militares, incluindo em Essequibo. O presidente venezuelano Nicolás Maduro assinou decretos para incorporar o território, escalando a situação.
A região de Essequibo, predominantemente habitada por indígenas, destaca-se pela riqueza mineral, incluindo ouro, bauxita e urânio, além de recursos naturais como produtos da floresta e potencial hidrelétrico. O mar territorial é rico em petróleo, especialmente nas proximidades do delta do rio Orinoco, na Venezuela.
Nicolás Maduro desafia decisão da Corte Internacional de Justiça da ONU, buscando gerenciar os recursos minerais da região. Enquanto o Brasil considera o conflito improvável, as Forças Armadas preparam-se para eventualidades, aumentando o alerta na região e reforçando fronteiras com veículos blindados.
O ministro da Defesa, José Múcio, destaca o monitoramento da crise para evitar que o Brasil seja envolvido em um “incidente diplomático”. A posição do país, que faz fronteira com ambos os envolvidos, reflete a preocupação em equilibrar relações e preservar a estabilidade na América do Sul”.