Por Douglas Ferreira com informações do CompreRural
A Arábia Saudita, um verdadeiro “oásis” em meio ao deserto, destaca-se por sua notável evolução na agricultura, transformando quase 800 mil hectares de terras áridas em um próspero oásis agrícola. Ao longo de três décadas, o país investiu maciçamente em tecnologias agrícolas, especialmente no sistema de Pivô Central, para explorar aquíferos costeiros e converter áreas inóspitas em campos férteis.
A agricultura saudita tornou-se uma revolução tecnológica, evidenciada por imagens que revelam a expansão da Bacia de Wadi As-Sirhan ao longo do tempo. O vídeo destaca a irrigação eficiente de 780.000 hectares no deserto, impulsionada pelo sistema de Pivô Central. Essa tecnologia, fundamental nessa transformação, asperge água em círculos verdes vistos por satélites, cobrindo a vasta extensão da bacia.
A exploração de aquíferos profundos, localizados a mais de 1.000 metros abaixo da superfície, fornece a água “fóssil” essencial para essa revolução agrícola. Esse recurso, preenchido há milhares de anos, sustenta a produção de grãos, frutas e vegetais, contribuindo para a autossuficiência alimentar da Arábia Saudita.
O país não se limita a grãos, expandindo sua produção para incluir uma variedade de culturas. Campos rotacionados cultivam alfafa, capim Rhodes, cevada, trigo e milho, mantendo uma agricultura eficiente e sustentável. O monitoramento dessas áreas é realizado por sensores Landsat, que analisam a saúde das plantações, garantindo a eficiência e detectando precocemente problemas que possam afetar as safras.
Apesar dos sucessos notáveis, a exploração de água fóssil levanta preocupações sobre a sustentabilidade a longo prazo. A Arábia Saudita enfrenta o desafio de equilibrar suas ambições agrícolas com a preservação de recursos hídricos em um contexto ambiental desafiador.
A história da Arábia Saudita na agricultura não apenas exemplifica a inovação tecnológica em condições adversas, mas também destaca a importância de abordagens sustentáveis para garantir o equilíbrio entre desenvolvimento e preservação ambiental em regiões áridas.
Essa tecnologia saudita vem sendo apontada e até já implementada experimentalmente em algumas áreas do Nordeste brasileiro. Seria a saída para a convivência com a seca secular da região?