A situação na fronteira entre a Venezuela e a Guiana está cada vez mais tensa. O governo do ditador Nicolás Maduro está considerando a possibilidade de invadir o território da Guiana, especialmente após a realização de um plebiscito no domingo, no qual a população autorizou a anexação de 2/3 do território guianense à Venezuela.
A proposta do governo venezuelano é criar um novo Estado em Essequibo, uma região disputada pelos dois países que engloba 70% do território da Guiana.
Embora o Brasil avalie o conflito como improvável, as Forças Armadas já elaboraram um cenário para essa possibilidade e elevaram o nível de alerta na região, conforme relatado por uma fonte da Casa Civil do governo. A presença militar brasileira nas fronteiras com a Venezuela e a Guiana foi reforçada, inclusive com o uso de veículos blindados.
A movimentação do Brasil busca dificultar uma possível invasão por terra, considerando a neutralidade brasileira na disputa e a relutância de Maduro em confrontar o presidente Lula sobre o assunto. A presença brasileira no caminho já representa um obstáculo, e uma incursão pela mata densa seria inviável para as tropas venezuelanas. A opção pelo mar seria uma alternativa, mas também envolveria custos políticos elevados.
Apesar de não haver uma ordem imediata do governo brasileiro para uma operação militar, há um estado de alerta e a avaliação de que a diplomacia brasileira pode ter que intensificar a atuação para intermediar a disputa, apesar da postura atual de não intervenção.
O fator econômico também influencia as decisões de Maduro, com o professor de geopolítica Ronaldo Carmona destacando o foco do líder venezuelano na reeleição e na recuperação econômica após o levantamento das sanções ao petróleo pela administração dos Estados Unidos. Carmona concedeu entrevista ao portal G1.
Além disso, a presença planejada de bases militares dos EUA em Essequibo adiciona outro ponto de tensão, especialmente após a visita de militares de alto escalão do Comando Sul das Forças Armadas dos EUA à Guiana.
O professor de política internacional do Ibmec, Tanguy Bagdhadhi, destacou também ao G1 a imprevisibilidade do governo de Maduro como um fator crucial, tornando o cenário ainda mais incerto. Ele aponta para a falta de clareza nas intenções de Maduro após o plebiscito, adicionando um elemento de risco ao possível confronto.
Redação Move