Por Douglas Ferreira
O Brasil destaca-se como um país de exuberante diversidade ambiental, composto por seis biomas singulares: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Pampa. O Nordeste brasileiro, abençoado por três desses biomas, é especialmente marcado pela predominância da Caatinga em seu sertão. Este bioma, único e genuinamente nacional, revela-se rico em fauna e flora, mas enfrenta ameaças significativas em vários Estados da região, motivando apelos por recursos e políticas de preservação por parte de governos estaduais e instituições.
Durante a COP 28, a conferência mundial sobre mudanças climáticas realizada em Dubai, a secretária do Meio Ambiente e Sustentabilidade da Paraíba, Rafaela Camaraense, participou do relevante painel “O Fundo Caatinga – o investimento verde a favor da salvaguarda do único bioma exclusivamente brasileiro”. Este evento contou com a presença da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, do governador do Ceará, Elmano de Freitas, do subsecretário de programas do Consórcio Nordeste, Pedro Lima, da diretora de capitais finanças sustentáveis, Natália Dias, e do secretário do Meio Ambiente da Bahia, Eduardo Sodré.
Rafaela Camaraense defendeu veementemente que o Bioma Caatinga seja tratado como prioridade pelo governo federal, dado que é um dos mais ameaçados pela desertificação e pelas mudanças climáticas. Destacou a necessidade de enxergar e valorizar a Caatinga dentro e fora do país, reforçando o potencial único e os desafios enfrentados pelo bioma.
“Nós queremos que a Caatinga seja tratada como prioridade, como ela merece, como todos os nossos biomas merecem. A Caatinga é um bioma único, que tem uma riqueza imensa, que tem um potencial enorme, mas que também tem muitos desafios e ameaças. Nós precisamos de mais apoio. Nós estamos aqui na COP 28 para mostrar para o mundo o que fazemos pela Caatinga, mas também para cobrar do nosso governo federal”, afirmou Rafaela Camaraense.
A secretária ressaltou ainda a relevância da Caatinga para o sequestro de carbono e destacou as iniciativas empreendidas pelo Estado da Paraíba para conservar e restaurar o bioma, incluindo a criação de novas unidades de conservação e uma gestão efetiva.
A importância do Bioma Caatinga e a aprovação do fundo para fomentar maiores investimentos e ações foram temas de outro painel durante a conferência, intitulado “Conservação e restauração dos Biomas brasileiros como instrumento da agenda climática”.
“Acredito que o fundo Caatinga é uma iniciativa essencial para captar recursos para a conservação e o uso sustentável do bioma, que ocupa cerca de 10% do território nacional. Nós esperamos que o fundo seja aprovado e que possa beneficiar as comunidades locais, que são as principais protetoras da Caatinga”, ressaltou Rafaela Camaraense.
O Fundo Caatinga é uma proposta que busca captar recursos para a preservação e o uso sustentável do bioma, que abrange aproximadamente 10% do território nacional. A proposta prevê que o fundo seja gerido pelo Banco do Nordeste, funcionando de maneira análoga ao Fundo Amazônia, direcionando recursos para ações e projetos de combate à desertificação, desmatamento, poluição dos recursos hídricos e conservação da biodiversidade.
Tem Caatinga no Piauí?
Sim, no Piauí, a caatinga é o bioma predominante no Estado. Ele representa 28,4% da vegetação do território e envolve 63 municípios. O Piauí conta com o registro de 932 espécies de animais e 20 gêneros de plantas exclusivos da caatinga. Entre eles 44 espécies de lagartos, quatro de quelônios (ordem de répteis que abrange a tartaruga), três de crocodilos, 47 de anfíbios.