Por Douglas Ferreira com informações da PEGN
A Floresta Amazônica proporciona uma abundância de oportunidades para empreendimentos, sem a necessidade de derrubar sequer uma árvore. Essa vasta fonte oferece tudo o que é necessário para empreender de maneira racional e ecologicamente correta, como percebeu o empreendedor Gilberto Nobumasa.
Ele criou uma Startup no Estado do Pará que extrai óleos de plantas amazônicas para a indústria de cosméticos naturais. O empreendimento dele deu certo e já se destaca pela sua sustentabilidade.
Neto de um imigrante japonês que chegou ao Brasil em 1960, Gilberto Nobumasa, guiado pelos ensinamentos de respeito à terra e auxílio ao próximo de seu avô, fundou a ParaOil. Essa startup se dedica à extração de óleos e manteigas vegetais a partir de sementes e plantas da Amazônia, fornecendo insumos para a indústria de cosméticos naturais.
Com uma base familiar de educadores e agricultores, Nobumasa, engenheiro por formação e especialista em mecânica, decidiu empreender após vivenciar as dificuldades no campo e observar o subaproveitamento dos produtos da agricultura familiar.
A ideia para a ParaOil surgiu durante seu trabalho na montagem de uma indústria de óleo de palma. Lembrando-se das sementes de cupuaçu descartadas por seu pai, que vendia a polpa do fruto na feira, ele investigou a possibilidade de extrair óleos de amêndoas e plantas nativas da Amazônia.
Iniciando com a produção de manteiga de cupuaçu em 2019, a ParaOil enfrentou desafios iniciais para vender seus produtos, pois a produção limitada não atendia às grandes indústrias de cosméticos. A solução foi direcionar os óleos e manteigas para pequenas empreendedoras de cosméticos naturais, atendendo atualmente cerca de 400 clientes. Agora, com planos de aumentar a produção, a ParaOil está estabelecendo parcerias com distribuidores de maior porte.
A startup trabalha com uma variedade de ingredientes, incluindo murumuru, copaíba, pracaxi, cupuaçu e andiroba, fornecidos por 50 pequenos produtores em três municípios do Vale do Acará, no Pará. Cada família contribui com uma tonelada de sementes por safra, resultando em benefícios significativos para as comunidades locais.
Em 2023, após se desligar de seu emprego formal, Nobumasa pretende focar no crescimento da ParaOil, almejando um faturamento de R$ 350 mil até o final do ano e superar a marca de R$ 1 milhão no próximo ano. A startup está empenhada em expandir sua capacidade de produção, estabelecendo parcerias com comunidades locais para fornecer insumos adicionais.