Por Douglas Ferreira com informações do G1
O Estado do Piauí tem se destacado como um verdadeiro celeiro de fósseis, tanto da fauna quanto da flora global. Na Serra da Capivara, situada no Sul do Estado, encontra-se a maior concentração de sítios arqueológicos das Américas, reconhecida como o Berço do Homem Americano.
Na capital Teresina, a Floresta Fóssil abriga mais de 36 troncos petrificados em posição de vida, fenômeno comparável apenas ao registrado em Glasgow, na Escócia. Em Sete Cidades, observam-se troncos também petrificados, alguns encontrados de maneira dispersa na mata.
Recentemente, os pesquisadores identificaram mais uma preciosidade natural: um tronco fossilizado da Era Paleozoica. Portanto datando de antes da existência dos dinossauros, na região do município de Altos, na Grande Teresina.
A descoberta ocorreu na Bacia do Rio Parnaíba, uma área considerada a mais rica em troncos petrificados no Brasil, conforme destacado pelo professor PhD em Geociências, Juan Cisneros. O tronco fossilizado, com aproximadamente 280 milhões de anos e cerca de duas toneladas, é o segundo maior fóssil vegetal encontrado na região. Foi em um sítio paleontológico, situado a cerca de 15 km ao sul da sede do município de Altos.
O professor Cisneros explicou que a área da Bacia do Rio Parnaíba, abrangendo os Estados do Piauí, Maranhão e Ceará, é notável por sua abundância em troncos petrificados. A dificuldade em localizar esses fósseis reside na vegetação densa da mata de cocais, que os torna quase imperceptíveis aos olhos das pessoas.
“Primeiro a árvore tem que morrer. Geralmente, ela apodrece e fungos, além de outros animais, ajudam na degradação, mas, às vezes, também acontece dela ficar coberta por lama”, disse o professor Cisneros ao explicar a origem de fósseis raros como este.
No entanto, com atenção, é possível identificar os vestígios, observando suas características circulares e anéis de crescimento em seção, indicando que eram árvores. O professor enfatizou que essas descobertas são cruciais para a região e ressaltou a importância de projetos de extensão que levem o conhecimento às comunidades locais.
Ele sugere que esses vestígios podem se tornar uma fonte de renda para a população por meio do turismo, destacando a necessidade de investimento e da conscientização da comunidade para preservar esse patrimônio cultural.
“Muitas pessoas ainda não sabem isso e para que o turismo chegue é necessário investimento e, especialmente, que a população se torne guardiã desse patrimônio”, declarou.