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Publicado em: 25 novembro 2023 às 17:53 | Atualizado em: 25 novembro 2023 às 17:53

Árvore petrificada de 2 toneladas é encontrada no Piauí; seria de uma época anterior aos dinossauros

Por Douglas Ferreira com informações do G1

Tronco fossilizado da Era Paleozoica encontrado em Altos/PI – Foto: Reprodução

O Estado do Piauí tem se destacado como um verdadeiro celeiro de fósseis, tanto da fauna quanto da flora global. Na Serra da Capivara, situada no Sul do Estado, encontra-se a maior concentração de sítios arqueológicos das Américas, reconhecida como o Berço do Homem Americano.

Na capital Teresina, a Floresta Fóssil abriga mais de 36 troncos petrificados em posição de vida, fenômeno comparável apenas ao registrado em Glasgow, na Escócia. Em Sete Cidades, observam-se troncos também petrificados, alguns encontrados de maneira dispersa na mata.

Recentemente, os pesquisadores identificaram mais uma preciosidade natural: um tronco fossilizado da Era Paleozoica. Portanto datando de antes da existência dos dinossauros, na região do município de Altos, na Grande Teresina.

A descoberta ocorreu na Bacia do Rio Parnaíba, uma área considerada a mais rica em troncos petrificados no Brasil, conforme destacado pelo professor PhD em Geociências, Juan Cisneros. O tronco fossilizado, com aproximadamente 280 milhões de anos e cerca de duas toneladas, é o segundo maior fóssil vegetal encontrado na região. Foi em um sítio paleontológico, situado a cerca de 15 km ao sul da sede do município de Altos.

O professor Cisneros explicou que a área da Bacia do Rio Parnaíba, abrangendo os Estados do Piauí, Maranhão e Ceará, é notável por sua abundância em troncos petrificados. A dificuldade em localizar esses fósseis reside na vegetação densa da mata de cocais, que os torna quase imperceptíveis aos olhos das pessoas.


“Primeiro a árvore tem que morrer. Geralmente, ela apodrece e fungos, além de outros animais, ajudam na degradação, mas, às vezes, também acontece dela ficar coberta por lama”, disse o professor Cisneros ao explicar a origem de fósseis raros como este.


No entanto, com atenção, é possível identificar os vestígios, observando suas características circulares e anéis de crescimento em seção, indicando que eram árvores. O professor enfatizou que essas descobertas são cruciais para a região e ressaltou a importância de projetos de extensão que levem o conhecimento às comunidades locais.

Ele sugere que esses vestígios podem se tornar uma fonte de renda para a população por meio do turismo, destacando a necessidade de investimento e da conscientização da comunidade para preservar esse patrimônio cultural.

“Muitas pessoas ainda não sabem isso e para que o turismo chegue é necessário investimento e, especialmente, que a população se torne guardiã desse patrimônio”, declarou.