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Publicado em: 23 novembro 2023 às 10:04 | Atualizado em: 23 novembro 2023 às 10:32

Com 80% das reservas da Argentina em yuan, a moeda chinesa, Milei terá dificuldade em dolarização da economia

Por Douglas Ferreira

Swaps cambiais com a China representam 81% das reservas internacionais argentinas, para desgosto do presidente eleito Javier Milei – Foto: Divulgação

O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, conhecido por suas ideias inovadoras e polêmicas, enfrenta um desafio significativo ao assumir o cargo, considerando que cerca de 80% das reservas internacionais do país estão em yuan, a moeda chinesa. Essa revelação contraria diretamente os planos de Milei de dolarizar a economia argentina e fechar o Banco Central.

Estudos de consultorias econômicas argentinas, como a Infobae, e a Ecolatina, mostram que a escassez de dólares é um obstáculo considerável para Milei, pois a maioria das reservas internacionais argentinas está vinculada a swaps cambiais com a China. Esses swaps representam 81% das reservas, totalizando US$ 17,7 bilhões em contratos de câmbio firmados com o Banco Central da China.

A entrada do yuan nas reservas argentinas data de 2009, quando a presidente Cristina Kirchner firmou o acordo de swap de moedas com a China, visando facilitar relações comerciais entre os dois países sem depender do dólar. Desde então, o acordo foi renovado cinco vezes, tornando-se estratégico para a estabilidade do câmbio argentino.

A hostilidade declarada de Milei à China, aliada à sua intenção de dolarizar a economia, coloca em xeque a relação financeira com o país asiático, que detém o controle significativo das reservas argentinas. A incerteza sobre como Milei lidará com essa dependência da China levanta preocupações na imprensa econômica argentina, considerando que o país presidido por Xi Jinping é crucial para a estabilidade financeira da Argentina.